Exposição encerra as comemorações do ano Brasil-Portugal em Petrópolis. A língua será o grande elo entre as duas culturas
Janine Justen
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
[Fernando Pessoa]
Desde o dia 7 de setembro do ano passado que Brasil e Portugal estão
estreitando seus laços culturais. Diversos eventos como peças de teatro e
espetáculos musicais acontecem, simultaneamente, nos dois países para
celebrar o ano do Brasil em Portugal e, também, o ano de Portugal no
Brasil, 2013. Nesta sexta (7), para encerrar a festa, Petrópolis sedia a
exposição “Brasil – Portugal: o mar que nos separa, a língua que nos une”.
Organizada pelo Centro Cultural Fase (FMP), da Faculdade de Medicina
local, a mostra propõe um paralelo entre as grandes viagens marítimas
portuguesas e as viagens individuais de cada visitante, inspirado na
poesia do escritor lusitano Fernando Pessoa, sem deixar de fazer
referências ao clássico “Os Lusíadas”, de Luíz de Camões, e ao uso do
idioma português em outros países, como Moçambique e Angola.
Para o coordenador de Projetos Especiais da instituição, Ricardo
Tammela, o ponto chave é valorizar a língua portuguesa, já que, através
dela, será possível traçar elementos de identificação entre as duas
nações.“A obra do poeta nos permitiu traçar esse paralelo. As expedições
marítimas de Portugal em busca de terras supostamente desconhecidas, o
desbravamento de mares distantes, subjugando os limites dos homens, e
nossas viagens individuais desbravando nossos mares internos que são o
que existe de profundo e desconhecido em nós, a necessidade de vencermos
nossos limites”, explica Tammela.
A exposição inclui, ainda, a proa de uma caravela, que pode ser
visitada. Ela atravessa todo o salão, com sonorização própria e
referência às pedras portuguesas, famosas por comporem o calçadão de
Copacabana. Também haverá uma instalação formada por palavras que
compõem um trecho de um poema de Pessoa e brincam com jogos semânticos,
além de contar uma breve história da nossa língua e descrever as agruras
sofridas pelos navegantes. “Apesar de falarmos a mesma língua, o
português, é curioso perceber que usamos palavras diferentes para
explicar o mesmo significado”, comenta o coordenador.
A exposição fica em cartaz até o dia 31 de outubro. Neste período, a
Faculdade de Medicina será palco, ainda, de eventos paralelos como um
festival gastronômico português, arte de rua e saraus com leituras de
poemas de Fernando Pessoa. A entrada é franca e o Centro Cultural
funciona de segunda a sexta, das 9h às 21h, e aos sábados, das 9h às
18h. O endereço é Avenida Barão do Rio Branco, 1003 – Petrópolis, RJ.
Mais informações: (24) 2244-6471.
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/agenda/terra-a-vista
Exposição une Brasil e Portugal com poemas de Fernando Pessoa.
Interatividade: jogos de palavras seduzem o público.
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