segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Sem manutenção, museus em Ribeirão têm patrimônio ameaçado

Estrutura do Museu do Café é comprometida por problemas em forro e piso.
Prefeitura diz que fará reforma emergencial no local a partir deste mês.


Uma parte da história de Ribeirão Preto (SP) se perde aos poucos no Museu Histórico e no Museu do Café Francisco Schmidt. A falta de manutenção e o desgaste natural ameaçam a estrutura dos prédios, e colocam em risco o acervo abrigado nos locais. Os problemas vão desde a umidade no imóvel a danos no forro e no piso, além da ameaça de cupins nas peças em exposição. Sob o risco de desabamento, algumas salas foram interditadas.
O Secretário de Cultura, Alessandro Maraca, afirma que os museus devem receber uma reforma emergencial ainda este mês. Um projeto de restauração, que deveria ser finalizado em setembro, está atrasado, e a obra só deve ocorrer no primeiro semestre de 2016.
Abandono
A situação de abandono do Museu Histórico é nítida logo na entrada do prédio, já que uma das portas principais, atacada por cupins, não pode mais ser aberta. Sem reposição de vidros, várias janelas estão cobertas com folhas de papelão.

A umidade do prédio é nítida nas paredes, e a infiltração comprometeu não só o forro, mas também o piso do museu. A varanda precisou ser interditada, já que a madeira no chão ficou totalmente danificada. Na biblioteca, o mofo toma conta de livros e documentos, estragados por goteiras.
No Museu do Café, a situação é tão precária que até uma bacia de porcelana inglesa do século XIX, que integra o acervo, foi colocada em uma sala para contar as goteiras.
Para amenizar as infiltrações, o diretor dos museus, Daniel Basso, trocou algumas das telhas de um dos prédios. O material, conseguido por doações, foi colocado pelo próprio diretor, que subiu pessoalmente no telhado para fazer o reparo. "A telha quebrada faz um estrago enorme no piso do museu. O que acontece? Tenho que trocar. Ou destrói o piso de madeira ou eu troco a telha", afirma.
Reforma geral
De acordo com Basso, os prejuízos das infiltrações demandam uma reforma geral no imóvel. "Os forros de algumas salas estão todos apodrecidos, com cupins. Foi descupinizado o museu, agora  ficou o problema da umidade. O piso da varanda, por exemplo, está todo podre. O museu está com problemas de calhas, que precisam ser trocadas. A parte elétrica também está comprometida, não há manutenção na rede elétrica", diz.

Sem apoio da Prefeitura, Basso faz um apelo para que alguma intervenção seja feita no museu o quanto antes. "Peço que seja reformado o mais rápido possível. O museu é muito importante, é a história da nossa cidade, a história do café. Tem uma importância histórica muito grande. É uma pena que está dessa maneira. Precisa ser restaurado", conclui.
Intervenção emergencial
O secretário de Cultura, Alessandro Maraca, informou que existe uma reforma emergencial prevista para ocorrer no museu ainda neste mês de setembro. "São as goteiras, é a descupinização, são as câmeras que colocamos lá há pouco tempo. A gente tem tratado da maneira que a gente consegue, tendo em vista que a secretaria tem um orçamento muito apertado", afirma.

Ainda de acordo com Maraca, o Museu do Café deve passar por uma restauração, mas o projeto, que deveria ser concluído até o final de setembro, ainda não saiu do papel. "O projeto depende da aprovação de ógãos como o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e precisa ser aprovado também pelas leis de incentivo, já que será feito junto com a iniciativa privada", diz.
Segundo o secretário, a previsão é que o projeto seja aprovado no início de 2016, e que as obras sejam iniciadas ainda no primeiro semestre do ano que vem.








Infiltração na biblioteca destruiu parte de livros e documentos que integram acervo do Museu do Café (Foto: Maurício Glauco/EPTV)









Forro foi danificado por infiltrações e goteiras ameaçam acervo no Museu do Café (Foto: Maurício Glauco/EPTV)








Museu Histórico, em Ribeirão Preto, é ameaçado por falta de manutenção (Foto: Maurício Glauco/EPTV)

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