quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Centro Histórico de Macapá tem ao menos 30 patrimônios, aponta estudo

















Mercado Central de Macapá inaugurado em 1953 com traços no colonialismo (Foto: Abinoan Santiago/G1)
 
O Centro Histórico de Macapá possui atualmente ao menos 30 patrimônios. É o que aponta um levantamento realizado por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Amapá (Unifap), denominado 'Memórias Urbanas'. No trabalho, professores e alunos buscam o resgate dos patrimônios da cidade, que completa 256 anos em 4 de fevereiro e participa de uma série de reportagens de aniversário no G1.
“Não entendemos o patrimônio apenas como uma edificação, mas sim como um processo de importância daquele prédio”, disse a coordenadora do 'Memórias Urbanas', a arquiteta e professora Eloane Cantuária. 
O integrante do grupo de pesquisa, professor José de Vasconcelos, explicou que o número de patrimônios é considerado elevado e deve-se ao fato de não incluir apenas edificações antigas, a exemplo de prédios construídos a partir da criação do ex-Território Federal do Amapá, em 1943. 

















Praça Veiga Cabral, no Centro Histórico de Macapá (Foto: Arquivo/Memórias Urbanas)

Paralelo ao número considerado expressivo, as pesquisas mostraram uma preocupação, segundo o grupo: dos prédios antigos de Macapá, desde a fundação em 1758, poucos com características de arquitetura colonial ainda resistem ao tempo, a exemplo do Mercado Central, que mesmo sendo inaugurado em 13 de setembro de 1953, ele foi construído com traços do colonialismo, na então gestão governador Janary Nunes.
“Do levantamento que fizemos para o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural] em 2008, cerca de 40% a 50% [dos prédios] não existem mais”, frisou Vasconcelos. 

















Colégio Amapaense registrado em 1953 ainda aguarda tombamento (Foto: Arquivo/IBGE)

Para manter os patrimônios antigos, o "Memórias Urbanas" busca levantar informações para subsidiar o tombamento dos prédios. “Fazemos pesquisas para que elas sirvam de base para o tombamento. Além de resgatar um olhar histórico e cultural da cidade”, reforçou Eloane.
Atualmente, na capital apenas a Fortaleza de São José é tombada. Ainda aguardam tombamento demais prédios tradicionais como o antigo Fórum da capital, Igreja São José de Macapá, Escola Barão do Rio Branco, Colégio Amapaense e Mercado Central. A construção dos prédios antigos de Macapá foi caracterizada pela arquitetura colonial, neocolonial e art déco.

















Escola Barão do Rio Branco possui características neocolonial (Foto: Arquivo/Memórias Urbanas)

"O amapaense ainda desconhece o patrimônio que possui, lembrando apenas dos históricos. Queremos mostrar um Centro Histórico, sim. Ele não é mais colonial, mas é da época do Janary Nunes. Queremos barrar a questão de patrimônio ser apenas histórico, mas também cultural. Além disso, ao longo das pesquisas, chegamos à conclusão que um dos maiores destruidores dos prédios antigos, é o próprio poder público, que deveria ser o responsável pela preservação", finalizou a coordenadora do Memórias Urbanas.

Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2014/01/centro-historico-de-macapa-tem-ao-menos-30-patrimonios-aponta-estudo.html 

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