terça-feira, 3 de junho de 2014

Deu na Folha.com: ''Edifício que abrigou o Cine Ipiranga em São Paulo é tombado''

Considerado um dos ícones da arquitetura moderna, o edifício projetado pelo arquiteto Rino Levi na década de 40 para abrigar os antigos Hotel Excelsior e Cine Ipiranga, no centro de São Paulo, terá os seus espaços internos tombados pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. A proposta de tombamento visa preservar a galeria de entrada, o saguão, as salas de espera e de projeção. Fechado desde 2005, o prédio ainda deverá ser reaberto pela prefeitura da cidade para abrigar um novo cinema. Confira na íntegra a reportagem publicada na Folha.com.

Foi publicada nesta quarta-feira (14) uma resolução da Secretaria de Estado da Cultura tombando o edifício que abrigou o antigo Hotel Excelsior e o Cine Ipiranga, localizado na avenida Ipiranga, 770 e 786, no centro de São Paulo. A Prefeitura pretende abrir um cinema de rua no local.

Segundo o texto do tombamento, o prédio projetado pelo arquiteto Rino Levi (1901-1965), é um exemplo da arquitetura moderna e resultado de uma concepção criativa caracterizada por sobrepor, em um terreno pequeno, "uma grande torre de hotéis e uma monumental sala de cinema, ambos representativos de programas inovadores e característicos de meados do século 20 em São Paulo".

Formado na Itália, Levi foi um dos maiores expoentes do modernismo brasileiro, conhecido por seus desenhos de ângulos retos e austeros. O Cine Ipiranga foi o quarto cinema que projetou em São Paulo, depois de ter feito outros gigantes como o Ufa-Palácio, o Universo e o Piratininga, todos na região central da cidade.

Inspirado no racionalismo italiano, em especial na distribuição em torno de pátios internos, e nas formas geométricas do arquiteto polonês Erich Mendelsohn, por sua vez alinhado aos preceitos racionais do fundador da Bauhaus, Walter Gropius, e do alemão Mies van der Rohe, Levi criou uma fachada quadriculada para o cinema.

Mas abusou das referências ao art déco do lado de dentro. Os detalhes nesse estilo do início do século 20 estão nas luminárias e escadarias do Cine Ipiranga, também famoso por seus balcões e marquises em curva do lado de dentro.

Em suas construções, o arquiteto também fez alusões ao impacto que sentiu ao visitar a Casa Modernista, obra de Gregori Warchavchik, na Vila Mariana, uma das primeiras construções modernas em São Paulo.

Mesmo fascinado pela casa, o arquiteto foi um dos maiores defensores da verticalização da cidade e seu edifício Columbus, de 1934, é considerado o primeiro condomínio de apartamentos na capital paulista.

A sala do Cine Ipiranga, aberta em 1941 e fechado em fevereiro de 2005, ainda conserva grande parte de sua concepção original, incluindo detalhes no corrimão e luminárias. O espaço interno do hotel, por sua vez, sofreu algumas reformulações ao longos dos anos, com renovação dos quartos e dos banheiros.

De acordo com o texto de tombamento, contudo, as fachadas externas "mantêm presença marcante na paisagem, apresentando claramente suas características fundamentais de arranha-céu vinculado à arquitetura moderna".

Foi determinado que a configuração do saguão, as escadarias e a sala de espetáculos do cinema serão preservados. Para assegurar a manutenção do edifício, podem ser acrescentados a ele alguns elementos de infra-estrutura desde que aprovados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

O Condephaat autorizou o tombamento em reunião realizada em 25 de outubro de 2010.

www1.folha.uol.com.br

http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!news/read/13946/deu-na-folha%20com- 


















O edifício projetado pelo arquiteto Rino Levi na década de 40 para abrigar os antigos Hotel Excelsior e Cine Ipiranga, no centro de São Paulo, terá os seus espaços internos tombados pelo Condephaat

Foto: Niels Andreas/Folhapress 

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