by Victor Farinelli on
São mais de 27 mil km de estreitas vias
construídas há centenas de anos – talvez há mais de mil, como supõem
alguns estudiosos –, em rotas que seguem sinuosos contornos entre
milhares de montanhas da Cordilheira dos Antes, passando por territórios
que hoje são de seis países diferentes, mas que foram feitos quando a
região noroeste do continente era dominada por um único e pujante
império.
Em 2007, esses seis países (Peru, Equador, Bolívia,
Argentina, Chile e Colômbia), iniciaram uma campanha em conjunto para o
reconhecimento da rede viária inca como patrimônio da humanidade, por
parte da Unesco. Algo que foi oficializado neste domingo (22/06), em
cerimônia realizada na região de Quehue, no sudeste do Peru, onde está
localizado um dos trechos mais conhecidos dos caminhos, a Ponte
Q´eswachaca – uma estrutura feita com barbantes de fibra vegetal, de 28
metros de comprimento. Estiveram presentes no evento lideranças
indígenas das comunidades Winch´iri, Perqaro, Collana e Chaupibanda.
Os Caminhos Incas são parte da herança dos povos originários do
continente, escondida no maior labirinto natural do mundo. E se no Velho
Mundo todos os caminhos levavam a Roma, por aqui todos os caminhos
levavam a Cusco, a principal cidade do sul do Peru, próxima às ruínas de
Macchu Picchu, cidade símbolo do Império Inca, também parte do que
restou de uma das mais importantes civilizações pré-colombianas.
Conhecidos
como Qhapaq Ñan, em seu idioma original, os caminhos vão desde o sul da
Colômbia, cortam o Equador e o Peru, passam pelo lago Titicaca, pelas
províncias do oeste da Bolívia e da Argentina, até o norte do Chile.
Alguns trechos em regiões montanhosas do Peru, ou próximos da tríplice
fronteira entre Bolívia, Chile e Argentina, chegam a lugares com
altitude superior a 5 mil metros.
Um desafio digno dos grandes aventureiros, mas que requer preparo
fisico para encarar o ar rarefeito, as grandes distâncias – são cerca de
5,2 mil km entre o ponto mais ao setentrional, no sul da Colômbia, e o
mais austral, no norte do Chile – e as trilhas acidentadas, além da
coragem de cruzar as partes mais extremas, como as antigas pontes de
sisal. Essa aventura é só para as e os fortes. Seja!
Fonte: http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/argentina/unesco-declara-caminhos-incas-como-patrimonio-da-humanidade/
Indígenas que fazem a manutenção da Ponte Q’eswachaca, e o reconhecimento da Unesco. Foto: Cuzco Noticias
Fonte: Wikipedia
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