Na edição 408 de PROJETOdesign (março de 2014), na publicação do Centro de Referência em Educação Ambiental
(Cerea), projetado pelo arquiteto Décio Tozzi e localizado no Parque
Villa-Lobos, em São Paulo, – edificação que irá se converter na segunda
unidade da Biblioteca de São Paulo (BSP) na capital paulista – está
registrado que a persistência é característica da personalidade do
profissional da qual não se deve duvidar.
Prova mais recente dessa perseverança é o trabalho no qual Décio - em
conjunto com o arquiteto Benedito Lima de Toledo - está envolvido deste
de 1974, e define diretrizes para a restauração e conversão em um
centro cultural de um dos mais extravagantes conjuntos arquitetônicos da
capital paulista: a Vila Itororó. O pitoresco palacete, que é o
elemento central da vila, localizada na Bela Vista, e mais vinte casas
vizinhas começarão a ser recuperadas a partir de julho.
Na segunda quinzena de maio, a prefeitura da capital informou ter
estabelecido parceira com o Itaú Unibanco e a Construtora Camargo
Correia, por meio e Lei Federal de Incentivo à Cultura, para a
realização da primeira etapa obras. De acordo com a administração
municipal, serão investidos nas obras 4 milhões de reais (50% cada
empresa).Numa primeira fase será feita a análise estrutural das
edificações, limpeza geral do terreno, drenagem do solo e remoção do
entulho. A previsão é de que a restauração completa seja concluída em
dois anos.
O empreiteiro português Francisco de Castro foi quem, entre 1922 e
1929, construiu a Vila Itororó. Consta dos registros que ela o prédio
principal foi edificado com sobras do material (e, portanto, já naquela
época Castro adotou posturas de sustentabilidade) do antigo Teatro São
José, destruído por um incêndio no final do século 19 – as colunas
gregas e outros elementos utilizados no palacete seriam remanescentes do
prédio do teatro.
Castro também construiu junto ao palacete uma piscina, que era
abastecida com água do riacho Itororó (atualmente no subsolo da avenida
23 de Maio). O conjunto é tombado pelos órgãos de preservação do
patrimônio nas esferas estadual e municipal que, em 2010, aprovaram a
intervenção. De acordo com a prefeitura, as diretrizes de uso do
conjunto após o restauro levam em consideração a reprodução da
diversidade cultural da cidade como uma típica vila paulistana.
“O uso do espaço será multidisciplinar, com a aproximação de temas
como a valorização do patrimônio histórico, artes, educação,
gastronomia, lazer e entretenimento. O projeto prevê espaços de lazer e
convivência. Um museu multimídia sobre a Vila Itororó e a história de
São Paulo na década de 1920 funcionará dentro do complexo que receberá,
ainda, residência artística, salas de ensaio, espaços de cinema, teatro,
dança, circo, oficinas e playground para crianças”, informa a
prefeitura.
Mentor e autor da recuperação do conjunto, Tozzi relata que ele e
Toledo realizaram inclusive o levantamento histórico do conjunto –
“antes, só havia uma menção à vila, num livro do arquiteto historiador
Luís Saia, que avaliava o conjunto como importante para a preservação”,
observa. Ele explica ainda que, conforme recomenda a boa técnica, serão
retirados dos conjunto os acréscimos considerados espúrios e as peças
estruturais - quase todas elas comprometidas – ganharão reforço interno
com estruturas metálicas.
Texto de Adilson Melendez
Olá, você conseguiu aquela imagem antiga aonde? Queria saber qual é o autor e se já se encontra em domínio público.
ResponderExcluirA imagem encontrei no site da Revista Projeto Design, no lind anexo na postagem.
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