domingo, 6 de julho de 2014

Um ano depois do incêndio, Mercado Público segue em obras

Fogo consumiu quase metade do segundo andar no sábado, 6 de julho de 2013

Passaram-se 365 dias desde que uma labareda surgiu na banca 46 e invadiu lojas do segundo pavimento do Mercado Público de Porto Alegre. O incêndio, que consumiu quase metade de um andar, trouxe prejuízos aos comerciantes e transformou o ponto turístico da Capital em um canteiro de obras.
Desde dezembro do ano passado, tapumes e uma lona preta de nove metros de altura cercam a área onde havia oito restaurantes, o Memorial do Mercado, um auditório, banheiros e salas como a da Associação do Comércio do Mercado Público Central e do projeto Monumenta. Mas os trabalhos só começaram de fato em fevereiro.
Diretor do PAC Cidades Históricas, Robson Antônio de Almeida garante que o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) liberou a quantia prevista para o restauro interno (R$ 6,5 milhões) em 25 de novembro de 2013. A prefeitura explica que, apesar de o contrato ter sido assinado no dia seguinte, a primeira parte da verba só chegou em 23 de janeiro (R$ 2,6 milhões). Onze dias depois, era concedida a ordem de início dos reparos.
— Do nosso ponto de vista, a obra está correndo rápido demais — avalia o coordenador da Memória Cultural do município, Luiz Antônio Custódio.
Mas há outra parte da reconstrução que ainda nem começou: a do telhado. É uma etapa que depende da interdição de pistas de três ruas no entorno do Mercado, para uso de guindastes. O vice-prefeito, Sebastião Melo, diz que o bloqueio esperava o fim dos jogos da Copa na Capital e está previsto para esta semana. Conforme o Iphan, a verba para o telhado (R$ 2,7 milhões) deve ser liberada ainda na primeira quinzena deste mês, mesmo período que os guindastes devem chegar ao local, com impacto no trânsito.
Em 6 de julho de 2013, Cléber Ferreira da Silva, funcionário da banca 45, ajudava a montar as novas prateleiras de madeira da loja de artigos religiosos quando ouviu faxineiras gritarem "fogo, fogo"! Tratou de retirar as estantes novas, documentos, velas e imagens de santos até ser impedido de voltar por causa da fumaça. Desde que o local reabriu, em agosto passado, Cléber não foi mais ao segundo andar. E não entende como, mesmo com verba garantida, o Mercado ainda não voltou ao normal:
— Na Copa, recebemos turistas que deram de cara com uma lona preta. Se nos reerguemos sem dinheiro, por que não conseguem? É muita burocracia.
A previsão para ver o Mercado totalmente restaurado é janeiro de 2015. Até lá, não será possível passar pelo centro da Capital sem sentir certa nostalgia.
A Arquium Construções e Restauro faz a obra no Mercado Público, onde ficavam restaurantes, salas, banheiros e elevadores. Há 16 funcionários envolvidos no trabalho desde 3 de fevereiro. Conforme o arquiteto Edegar Bittencourt da Luz, foi feita uma laje de concreto onde antes havia um forro de madeira e substituída a base do telhado por peças metálicas. No piso, será feita impermeabilização e, no corredor, ladrilhos semelhantes aos históricos estão sendo produzidos em Pelotas para substituírem os anteriores.
Tempo da obra: oito meses
Entrega: outubro
Telhado
A Metasa já está com a equipe mobilizada para começar a desmontagem da estrutura metálica do telhado atingido pelo incêndio. A empresa aguarda apenas a definição da prefeitura sobre a interdição de vias no local para levar os guindastes, que precisarão de 15 dias para desmontagem e outros 15 dias para montagem. Com o fim dos jogos da Copa na capital, essa etapa da obra deve ocorrer nesta semana.
Tempo da obra: seis meses
Entrega: se começar este mês, como deseja a empresa, poderá ser concluída em janeiro de 2015
O antes e o depois do Mercado Público

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