O centro do Rio passa por uma transformação urbanística que levará à
região glamour e sofisticação. Imóveis ocupados por motéis, cortiços e
bordéis recebem investimentos que revelam a transformação drástica da
área histórica. Há anos com casarões abandonados e degradados, a área
compreendida entre a Praça Tiradentes, Lapa e Cruz Vermelha passa por
valorização e assiste à chegada de escritórios, hotéis e lojas de alto
padrão.
Um lote de 19 casarões coloniais na Rua da Carioca é alvo desse
processo. Comprado pelo banco Opportunity por R$ 54 milhões, o casario é
um tradicional ponto de comércio popular, com restaurantes e lojas, que
estão no local há mais de cem anos. Os imóveis pertenciam à Venerável
Ordem Terceira de São Francisco, que os colocou à venda para saldar
dívidas.
Os casarios integram um conjunto arquitetônico característico do
final do século 19, quando o Rio passava por grandes transformações
urbanísticas. A arquitetura colonial dos casarões da Carioca perdia
espaço para as referências do estilo art déco parisiense. Cafés,
confeitarias, salões de chá e lojas de artigos de luxo dominavam a
paisagem da época áurea do Rio.
Os atuais investimentos privados caminham para retomar essa aura
sofisticada. A Rua da Carioca deverá passar por requalificação
urbanística de calçadas e marquises, além de restauro de fachadas,
segundo o diretor do fundo que adquiriu os imóveis, Jorge Monnerat. O
interior dos casarões será transformado e deverá abrigar escritórios
estilizados. “A ideia é que continue sendo um perfil comercial, mas
queremos melhorar o uso, sobretudo no segundo pavimento. Em dois anos, a
Carioca estará muito mais bonita”, afirma Monnerat.
A valorização também é sentida na Rua do Senado, a menos de um
quilômetro da Carioca. Durante as obras de um centro empresarial, a
construtora W. Torre viu o valor do metro quadrado saltar de R$ 1 mil
para R$ 10 mil em cinco anos. A empresa comprou casarões no entorno,
investiu R$ 48 milhões em restauro.
O projeto prevê um centro gastronômico em um dos prédios e o aluguel
dos demais para bancos, livrarias, lojas e cafés. “Compramos justamente
para mudar o perfil de uso e a forma de comportamento das pessoas em
relação ao bairro, que era degradado”, afirma Antonio Magalhães, diretor
da construtora. Para ele, o fluxo diário de 14 mil funcionários da
Petrobras, com sede na região, garantirá o sucesso. As informações são
do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://arquiteturaeurbe.com/2012/09/23/700/
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