sábado, 29 de setembro de 2012

Teatro do Engenho - Piracicaba - São Paulo - Brasil Arquitetura

Ao trabalhar o respeito a um edifício histórico, arquitetos do Brasil Arquitetura mantiveram estruturas originais e criaram novas - como o palco prolongado de quatro metros para fora da projeção original, permitindo a abertura para uma praça anexa.

Implantado numa das edificações de escala mediana do conjunto do Engenho Central, lindeira à praça que articula os vários galpões, o projeto teve o programa modificado desde a concepção prelimi­nar arquitetônica. Em vez dos cinemas e restaurantes idealizados inicialmente, surgiu então o novo teatro do município, localizado estrategicamente no par­que que beira o rio Piracicaba no entorno da região central da cidade, famoso por sediar festas e eventos populares.
A edificação de tijolos aparentes é divi­dida em três gomos longitudinais que cor­respondem aos caimentos da cobertura, sendo duas águas centrais - com altura de quatro pés-direitos - e uma em cada lateral, com alturas de ate dois andares. Ferraz e Fanucci ocuparam o setor central com foyer, plateia e palco, invertendo a logica da distinção das fachadas frontal e posterior. A entrada, assim, ocorre pelo que se considera a parte de trás do galpão, enquanto a face voltada para a praça funciona como parede do palco. A iniciativa decorreu da ideia de abrir o espaço cênico para a praça, o que incluiu a expansão física do palco através da inserção de um módulo retangular metálico na área pública, pintado na cor vermelha.
Na outra extremidade, o foyer e a bilheteria são delimitados pela parede de concreto que veda as plateias superior e principal, e ocupam área qualificada pelo pé-direito elevado e pela farta iluminação natural. Havia nessa porção do galpão uma estrutura metálica de aparente ati­rantamento na fachada de tijolinhos, mas testes estruturais indicaram a possibilidade de remover esse apêndice, revelando a densa malha de janelas.
Atualizado passo a passo com a obra, o projeto teve como um de seus esforços equacionar a curva de visibilidade da plateia principal, térrea, com as alturas do palco e da praça publica. O ideal era haver o menor desnível possível entre os dois últimos, o que demandou o desbaste do piso para a acomodação dos assen­tos. Também as paredes longitudinais que dividem as faixas central e laterais da edificação ganharam aberturas junto plateia, por onde se da a circulação do público. Nas laterais assimétricas do galpão foram inseridos, de um lado, restau­rante/área técnica e, do outro (o menor), a sala de ensaios/camarim, localizada no pavimento superior. A exemplo do volume externo do palco, a escada de acesso a este ambiente é conformada por volume metálico, pintado de vermelho.
O projeto é engenhoso na distribuição dos esposo e eixos verticais' de circulação, o que possibilitou a confortável inserção de um programa denso para a escala do galpão, que soma quase 3 mil metros quadrados de área construída.
 
Fontes
 
 
 
Revista AU - Arquitetura e Urbanismo - N° 221 - Agosto 2012
 
Crédito das fotos: Site do Escritório Brasil Arquitetura
 
 
 
 
 









 
































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