O município de São José faz parte da região metropolitana de
Florianópolis, no litoral do estado, conurbando-se com a capital catarinense. Possui,
segundo o Censo IBGE do ano de 2010, uma população de 209.804 habitantes, sendo
o quarto município mais populoso do estado, atrás de Joinville, Florianópolis e
Blumenau.
Centro cheio de história
As praças Arnoldo de Souza e Hercílio Luz, que
compõem o Centro Histórico, foram espaços de grandes acontecimentos. Conforme
as lembranças do historiador e morador do local, Osni Machado, aos redores das
praças ficavam a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, o cinema, igreja, campo de
futebol e o teatro.
“Ali moravam as famílias tradicionais, como os
Gerlach, Olavo da Silva e Souza. Entre os anos 30 a 50, Diba Elias Gerber era
uma figura muito conhecida por ser parteira. Desde 1944, Machado vive no
Centro, espaço que era destinado às brincadeiras do Grupo Escolar Francisco
Tolentino.
O atual jardim da Câmara de Vereadores era o antigo
campo de futebol, que durou até 1970. “O time Ipiranga tinha bons jogadores que
foram aos times profissionais. Em dias de jogo, a praça ficava cheia. Era o
ponto de encontro”, ressalta. Atrás da atual Câmara, ele lembra que existia uma
empresa de exportação de madeira, mas após a Segunda Guerra Mundial o
estabelecimento fechou.
“Hoje, o local está mais arborizado e urbanizado.
mas deixou de ser o ponto de encontro, não tem cinema, nem campo de futebol. As
lembranças estão vivas somente na memória de quem passou por ali”, destaca
Machado. A Festa do Divino Espírito Santo é uma das poucas atividades que foi
mantida, segundo o historiador. “A comemoração deixou de ser simples para dar
lugar as roupas luxuosas, sofisticadas e brilhantes”, observa.
Loteamento se torna bairro
O nome Kobrasol surgiu da junção das maiores
empresas que se localizavam na região, como a Brasilpinho e Cassol. Em 1970,
foi lançado o loteamento Parque Residencial Kobrasol, que fazia parte do bairro
Campinas. Paulo Vitorino da Silva, morador há 14 anos, lembra como o local era
calmo.
Todas as vias eram de lajotas, o que segundo Silva,
ajudava no escoamento da água da chuva. “Com o asfalto, a água não consegue
vazar porque as tubulações não são adequadas. O bairro cresceu muito e a infraestrutura
não estava preparada”, afirma. O morador lembra que o transporte coletivo era
mais precário, não existiam os circulares e, dependendo do destino, era preciso
ir ao Centro de Florianópolis para pegar a condução.
“Logo que cheguei ao bairro, a movimentação
comercial começou, mas o ponto de partida foi a inauguração do calçadão avenida
Lédio João Martins, em março de 2000, que melhorou a situação dos pedestres”,
diz Silva. A população do Kobrasol é de 40 mil habitantes, 19% de toda a
cidade, é o bairro com o maior número de pessoas por metro quadrado do Estado.
“Não perdemos nada a Capital, tem de tudo aqui”, avisa.
A segurança pública de antes é elogiada pelo
morador, já a de hoje, é criticada. “Encontrávamos facilmente policiais
transitando nas ruas, agora é muito difícil achá-los”, reclama.
População de Campinas mais que
dobrou em dez anos
Na década de 60, havia somente 40 residências em
Campinas e a avenida Josué di Bernardi era até a ponte sobre o Rio Araújo, o
restante era mato. A Procasa e próximo de onde é o Shopping Itaguaçu também não
existiam, conta Nilzo José Heck. “Campinas era um pasto. Tinha um abatedouro e
o gado ficava solto até onde é o atual Kobrasol”, recorda. Hoje, são 28 mil
habitantes.
Segundo Heck, as primeiras casas começaram a
aparecer na década de 70 e onde é o atual colégio havia duas salas de aula. “O
comércio surgiu depois de 1985, com a chegada das Casas da Água. Quando o
Germano Vieira foi prefeito, calçou todas as ruas e isso incentivou a
construção civil”, lembra.
Um dos moradores mais antigos de Campinas, Heck
relata que o bairro não tinha vida própria e a comunidade dependia de
localidades vizinhas como o Estreito e o Centro da Capital. “Hoje é muito
diferente. As principais lojas de materiais de construção estão aqui hoje. Os
preços dos imóveis estão comparados aos da Beira-mar de Florianópolis. Há um
condomínio que será lançado e venderá apartamentos por mais de R$ 1 milhão”,
acrescenta.
Heck é proprietário do bar dentro do Ginásio de
Campinas. Ele acompanhou a construção da área de lazer e recorda que as
características do local não mudaram. “O ginásio atende a comunidade até hoje.
Aqui há escolinhas esportivas e grandes atletas jogaram fora do País começaram
aqui”, informa.
Beleza e valorização à
Beira-mar
Há 40 anos, Reinaldo Conrado vive da pesca. Ele
costumava pescar camarão, berbigão, siri e todas as espécies de peixe no Rio
Araújo e na baía josefense. Ele se lembra das águas claras e da possibilidade
da pescar na beira do mar. “Eu tinha um rancho no rio. Podíamos viver somente
da atividade pesqueira. Agora, conseguimos pescar somente tainhota”, lembra.
A vida de pescador de hoje é mais complicada. É
preciso pegar o barco e ir mar adentro devido à sujeira. “Onde é a Beira-mar de
São José era mar. O espaço foi aterrado e trouxe pontos positivos e negativos à
comunidade”, observa. A tranquilidade das décadas anteriores foi transformada
na beleza e insegurança da avenida de hoje, inaugurada há cerca de dez anos.
Com a construção dos primeiros prédios e oficinas,
os dejetos começaram a ser jogados no mar. “Até a década de 80, era possível
pescar de anzol, depois a cidade foi crescendo muito e a fiscalização não
acompanhou o desenvolvimento”, reclama. O pescador diz que a Beira-mar de hoje
é bonita, trouxe desenvolvimento ao local, mas também preocupação e medo.
“De dia é ótimo passar por aqui. Há um movimento
intenso de veículos, mas à noite não há nada. É deserto. É um local de usuários
de drogas e mendigos. Não podemos estacionar o carro e ir pescar à noite. O
vandalismo tomou conta do lugar. Ainda está muito longe de ser um espaço para
diversão e lazer”, descreve Conrado.
Publicado
em 19/03-11:29 por: Paulo Jorge Pereira Cassapo Dias Marques.
Atualizado em 15/12-23:34
Atualizado em 15/12-23:34
Por Mariella Caldas
Fontes de pesquisa: http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/6573-261-anos-de-sao-jose-da-terra-firme-historias-e-imagens-que-falam-da-cidade.html
No link abaixo - Blog São José City - informações mais detalhadas sobre o município de São José, seu centro histórico e fatos marcantes da cidade:
Casarão da Sede da Freguezia
Casario Açoriano
Solar da Guarda Nacional
Igreja Matriz São José
Casa de Câmara e Cadeia
Teatro Adolpho Mello
Casario Açoriano - Casas em fita
Arcos em tijolo maciço
Nos anos 80, tinha uma Boate que frequentei ao lado da Igreja Chamada Beijos e beijos, tem alguma informação sobre esta época.
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