quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MG – Projeto da UFMG de restauração da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana será lançado esta semana

A partir de projeto coordenado pelos professores Leonardo Castriota e Flávio Carsalade, da Escola de Arquitetura da UFMG, a Câmara de Mariana – a primeira de Minas Gerais e única ainda em funcionamento no primeiro prédio construído com o propósito de abrigá-la – vai ser restaurada e ganhar ampliação contemporânea. O projeto será lançado na próxima quinta-feira, 20 de dezembro, a partir das 19h, no próprio prédio, juntamente com livro e exposição relativos à história da antiga Casa de Câmara e Cadeia e ao projeto de restauro.
Tombada como patrimônio nacional pelo Iphan em 1947, a Casa de Câmara e Cadeia será restaurada e ampliada em parceria da Câmara com a UFMG.O edifício, que mantém seu uso original desde os tempos do Brasil Colônia, hoje não comporta a estrutura do Poder Legislativo de Mariana, que aluga outras edificações.
De acordo com o professor Leonardo Castriota, apesar de manter seu uso e ter seu valor histórico e arquitetônico chancelado pelo tombamento federal, o edifício encontra-se em mau estado de conservação. “O prédio tem problemas como a perda parcial de peças de madeira do forro, instalações elétricas aparentes, trincas, desgaste no piso em madeira, infiltrações, luminárias instaladas diretamente no forro, instalações sanitárias inadequadas, manchas nas paredes e apodrecimento de peças estruturais de madeira do forro”, diz Castriota.
Para solucionar as questões da falta de espaço e da necessidade de restauração, a administração da Câmara recorreu ao Mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável da UFMG, programa interdisciplinar que reúne docentes e pesquisadores das mais diversas áreas atuando no campo do patrimônio cultural. O projeto envolveu equipe interdisciplinar formada por arquitetos, engenheiros, historiadores e turismólogos, entre outros profissionais.

O projeto
De acordo com os autores do projeto, transferir a sede da Câmara Municipal de Mariana – um dos principais símbolos do poder civil de Minas Gerais – para outro local seria esvaziar o grande significado simbólico tanto do edifício, quanto do trecho urbano onde ele se insere, perdendo a oportunidade preservar a história e a memória. “O prédio está localizado na Praça Minas Gerais, em diálogo com as igrejas, o que aponta as dimensões sagrada e civil que marcam particularmente a nossa história”, destaca Castriota. Os espaços disponíveis foram usados para a ampliação de modo discreto, e os acessos buscam atender a dois critérios básicos: o da acessibilidade universal e o da sua valorização.
O livro e a exposição Casa de Câmara e Cadeia de Mariana: a recuperação de um patrimônio nacional apresentam os estudos realizados para o projeto de restauro da Câmara de Mariana e para a construção de um anexo. De acordo com os professores da UFMG, os produtos abordam simultaneamente as questões da restauração e da intervenção transformadora nos monumentos históricos – problema que tem causado polêmica desde o século 19, quando se contrapõem os defensores do restauro estilístico e os da conservação pura, questão que merece discussões mais aprofundadas no Brasil.
“A mostra e a publicação também registram etapa preliminar e necessária de qualquer proposta de conservação e intervenção: os estudos prévios para conhecimento do monumento histórico”, ressalta Leonardo Castriota. “Os estudos históricos, arqueológicos, construtivos e patológicos são fundamentais tanto para a determinação dos critérios a se empregar na restauração, quanto na própria atribuição de valor aos edifícios históricos, ou seja, na determinação de seu caráter como verdadeiro patrimônio arquitetônico. Em última instância, é esse trabalho que indica os caminhos para a intervenção.”

Fonte:  http://www.defender.org.br/mg-projeto-da-ufmg-de-restauracao-da-casa-de-camara-e-cadeia-de-mariana-sera-lancado-esta-semana/




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