A partir de projeto coordenado pelos professores Leonardo Castriota e
Flávio Carsalade, da Escola de Arquitetura da UFMG, a Câmara de Mariana
– a primeira de Minas Gerais e única ainda em funcionamento no primeiro
prédio construído com o propósito de abrigá-la – vai ser restaurada e
ganhar ampliação contemporânea. O projeto será lançado na próxima
quinta-feira, 20 de dezembro, a partir das 19h, no próprio prédio,
juntamente com livro e exposição relativos à história da antiga Casa de
Câmara e Cadeia e ao projeto de restauro.
Tombada como patrimônio nacional pelo Iphan em 1947, a Casa de Câmara
e Cadeia será restaurada e ampliada em parceria da Câmara com a UFMG.O
edifício, que mantém seu uso original desde os tempos do Brasil Colônia,
hoje não comporta a estrutura do Poder Legislativo de Mariana, que
aluga outras edificações.
De acordo com o professor Leonardo Castriota, apesar de manter seu
uso e ter seu valor histórico e arquitetônico chancelado pelo tombamento
federal, o edifício encontra-se em mau estado de conservação. “O prédio
tem problemas como a perda parcial de peças de madeira do forro,
instalações elétricas aparentes, trincas, desgaste no piso em madeira,
infiltrações, luminárias instaladas diretamente no forro, instalações
sanitárias inadequadas, manchas nas paredes e apodrecimento de peças
estruturais de madeira do forro”, diz Castriota.
Para solucionar as questões da falta de espaço e da necessidade de
restauração, a administração da Câmara recorreu ao Mestrado em Ambiente
Construído e Patrimônio Sustentável da UFMG, programa interdisciplinar
que reúne docentes e pesquisadores das mais diversas áreas atuando no
campo do patrimônio cultural. O projeto envolveu equipe interdisciplinar
formada por arquitetos, engenheiros, historiadores e turismólogos,
entre outros profissionais.
O projeto
De acordo com os autores do projeto, transferir a sede da Câmara Municipal de Mariana – um dos principais símbolos do poder civil de Minas Gerais – para outro local seria esvaziar o grande significado simbólico tanto do edifício, quanto do trecho urbano onde ele se insere, perdendo a oportunidade preservar a história e a memória. “O prédio está localizado na Praça Minas Gerais, em diálogo com as igrejas, o que aponta as dimensões sagrada e civil que marcam particularmente a nossa história”, destaca Castriota. Os espaços disponíveis foram usados para a ampliação de modo discreto, e os acessos buscam atender a dois critérios básicos: o da acessibilidade universal e o da sua valorização.
De acordo com os autores do projeto, transferir a sede da Câmara Municipal de Mariana – um dos principais símbolos do poder civil de Minas Gerais – para outro local seria esvaziar o grande significado simbólico tanto do edifício, quanto do trecho urbano onde ele se insere, perdendo a oportunidade preservar a história e a memória. “O prédio está localizado na Praça Minas Gerais, em diálogo com as igrejas, o que aponta as dimensões sagrada e civil que marcam particularmente a nossa história”, destaca Castriota. Os espaços disponíveis foram usados para a ampliação de modo discreto, e os acessos buscam atender a dois critérios básicos: o da acessibilidade universal e o da sua valorização.
O livro e a exposição Casa de Câmara e Cadeia de Mariana: a recuperação de um patrimônio nacional apresentam
os estudos realizados para o projeto de restauro da Câmara de Mariana e
para a construção de um anexo. De acordo com os professores da UFMG, os
produtos abordam simultaneamente as questões da restauração e da
intervenção transformadora nos monumentos históricos – problema que tem
causado polêmica desde o século 19, quando se contrapõem os defensores
do restauro estilístico e os da conservação pura, questão que merece
discussões mais aprofundadas no Brasil.
“A mostra e a publicação também registram etapa preliminar e
necessária de qualquer proposta de conservação e intervenção: os estudos
prévios para conhecimento do monumento histórico”, ressalta Leonardo
Castriota. “Os estudos históricos, arqueológicos, construtivos e
patológicos são fundamentais tanto para a determinação dos critérios a
se empregar na restauração, quanto na própria atribuição de valor aos
edifícios históricos, ou seja, na determinação de seu caráter como
verdadeiro patrimônio arquitetônico. Em última instância, é esse
trabalho que indica os caminhos para a intervenção.”
Fonte: http://www.defender.org.br/mg-projeto-da-ufmg-de-restauracao-da-casa-de-camara-e-cadeia-de-mariana-sera-lancado-esta-semana/
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