Espaço que cultuará a história do arroz em Cachoeira deverá ser inaugurado no ano que vem.
A memória orizícola de Cachoeira do Sul permanece confinada nos
galpões das propriedades rurais do município ou guardada nos álbuns dos
familiares daqueles que foram pioneiros na produção de arroz irrigado.
Resgatá-la, preservá-la e trazê-la para o conhecimento público é o
objetivo do projeto Memorial Nacional do Arroz.
A iniciativa foi apresentada na manhã desta sexta-feira, na Casa de
Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha, pelo grupo de trabalho formado há
quase dois anos para viabilizar o projeto. A ideia de criar um espaço
para a memória da orizicultura foi apresentada pelo Rotary Club e
mobilizou um grupo de voluntários, que vem trabalhando na proposta há
quase dois anos.
Auditório – Se tudo correr dentro do previsto, o
Memorial Nacional do Arroz será inaugurado no ano que vem, em
instalações cedidas gratuitamente pelo Instituto Rio Grandense do Arroz
(Irga). O acervo ficará em uma área de 950 metros quadrados, que será
toda recuperada. O coordenador da autarquia, o engenheiro agrônomo
Jaceguay Barros, que integra o grupo de trabalho do memorial, revelou
que o prédio da Rua Marechal Floriano foi cedido por 10 anos para
abrigar o projeto. Além disso, o Irga reformará outros 658 metros
quadrados do complexo para instalar um auditório com capacidade para 250
pessoas.
O projeto do Memorial Nacional do Arroz está em fase
de elaboração, disse a arquiteta Flávia Tischler, do Rotary Club
Integração. Por enquanto, só a fachada do prédio foi concebida. A equipe
aguarda a definição do tamanho do acervo que o memorial irá abrigar
para finalizar a proposta, explicou Flávia.
A intenção do grupo de trabalho, que conta com cerca
de 15 pessoas, é lançar publicamente a proposta do memorial no próximo
dia 13 de dezembro, durante as comemorações da semana da cidade,
destacou a diretora municipal da cultura, Mirian Ritzel, que também faz
parte da equipe.
UMA PERGUNTA - Para Jaceguay Barros, coordenador do Irga
A proposta do memorial foi guardada a sete chaves. Por quê?
“Por dois motivos. Primeiro, para não causar falsa expectativa na comunidade. Por isso o grupo trabalhou em silêncio até garantir o espaço para o memorial. O sigilo foi também estratégico, tendo em vista que outras cidades (Alegrete e Pelotas) também têm interesse de desenvolver projetos semelhantes”.
“Por dois motivos. Primeiro, para não causar falsa expectativa na comunidade. Por isso o grupo trabalhou em silêncio até garantir o espaço para o memorial. O sigilo foi também estratégico, tendo em vista que outras cidades (Alegrete e Pelotas) também têm interesse de desenvolver projetos semelhantes”.
Sócio de Treichel lançou a ideia do memorial
Uma importante parte do acervo referente à história da produção de arroz do município se perdeu ao longo dos anos, à medida que a orizicultura foi se modernizando. Foi pensando em salvar o que resta que o empresário Getúlio Aires, 66 anos, sócio-proprietário do Engenho Treichel, levou para o Rotary Club Cachoeira do Sul, há cerca de três anos, a ideia de criar um espaço para a memória da trajetória do arroz no município.
Uma importante parte do acervo referente à história da produção de arroz do município se perdeu ao longo dos anos, à medida que a orizicultura foi se modernizando. Foi pensando em salvar o que resta que o empresário Getúlio Aires, 66 anos, sócio-proprietário do Engenho Treichel, levou para o Rotary Club Cachoeira do Sul, há cerca de três anos, a ideia de criar um espaço para a memória da trajetória do arroz no município.
Há 43 anos ligado à cadeia produtiva do arroz, Aires relatou que um
dia foi à Barragem do Capané e, em visita à propriedade do orizicultor
Beno Alberto Beskow, já falecido, encontrou uma velha trilhadeira da
marca Friedrich, usada nos primórdios da lavoura.
Na ocasião, o filho de Beskow, o engenheiro agrônomo Carlos Alberto,
precisou usar o espaço nos galpões e foi obrigado a se desfazer da
máquina, preservada com esmero pelo seu pai. Conforme Aires, o
engenheiro manifestou que não gostaria de ver a velha trilhadeira ir
parar no ferro-velho e declarou que estava disposto a entregá-la a
alguém que quisesse preservá-la.
O sócio-proprietário do Engenho Treichel decidiu então pedir a
trilhadeira para si e a levou para casa, dando início ao acervo, que até
dezembro de 2014 poderá ser visto pelo público no Memorial Nacional do
Arroz de Cachoeira do Sul.
O Projeto – Memorial do Arroz de Cachoeira do Sul
Localização: pavilhão do Irga da Rua Marechal Floriano
Área cedida: 950 metros quadrados
Custo do projeto: indefinido
Inauguração (previsão): até dezembro de 2014
Administração: Associação dos Amigos da Cultura (Amicus) e futuramente do grupo organizador, que deverá ser transformado em pessoa jurídica
Auditório e laboratório de sementes do Irga: 680 metros quadrados (incluindo hall e sanitários)
Capacidade: 250 pessoas
Valor do investimento: R$ 680 mil (recursos previstos no orçamento deste ano da autarquia)
O que vai ter no memorial:
. Máquinas e implementos agrícolas dos primórdios da lavoura de arroz irrigado
. Fotos, documentos e materiais produzidos para a cadeia do arroz
. Objetos, impressos e materiais ligados à produção do cereal
As pessoas que possuem peças que podem fazer parte do acervo do memorial poderão doá-las ou até mesmo emprestá-las para a nova instituição
Fonte: Jaceguay Barros
Área cedida: 950 metros quadrados
Custo do projeto: indefinido
Inauguração (previsão): até dezembro de 2014
Administração: Associação dos Amigos da Cultura (Amicus) e futuramente do grupo organizador, que deverá ser transformado em pessoa jurídica
Auditório e laboratório de sementes do Irga: 680 metros quadrados (incluindo hall e sanitários)
Capacidade: 250 pessoas
Valor do investimento: R$ 680 mil (recursos previstos no orçamento deste ano da autarquia)
O que vai ter no memorial:
. Máquinas e implementos agrícolas dos primórdios da lavoura de arroz irrigado
. Fotos, documentos e materiais produzidos para a cadeia do arroz
. Objetos, impressos e materiais ligados à produção do cereal
As pessoas que possuem peças que podem fazer parte do acervo do memorial poderão doá-las ou até mesmo emprestá-las para a nova instituição
Fonte: Jaceguay Barros
Herdeiros da memória orizícola
Engenho São João
O promotor João Ricardo Tavares ainda se recorda da infância no
Engenho São João, no Bairro da Aldeia, que pertenceu ao seu avô materno,
João Garibaldi Santos. Além do São João, a família do promotor era
proprietária também do Engenho Bom Retiro, que acabou sendo vendido. Do
velho engenho da Aldeia restaram somente escombros, atualmente tomados
pelo mato.
Na era dos locomóveis
O empresário Ilmo Pfüller nasceu em 1931, numa família de plantadores de arroz, quando a orizicultura dava os primeiros passos e ainda era praticada de forma manual. “Eu nasci dentro de um engenho de arroz”, lembrou o ex-presidente da Fenarroz. Ilmo ainda lembra dos locomóveis, que ganham os campos de várzea. “Nós tínhamos três locomóveis e dois eram da Mernak”, declarou Pfüller, recordando de uma das mais tradicionais empresas da história de Cachoeira do Sul.
O empresário Ilmo Pfüller nasceu em 1931, numa família de plantadores de arroz, quando a orizicultura dava os primeiros passos e ainda era praticada de forma manual. “Eu nasci dentro de um engenho de arroz”, lembrou o ex-presidente da Fenarroz. Ilmo ainda lembra dos locomóveis, que ganham os campos de várzea. “Nós tínhamos três locomóveis e dois eram da Mernak”, declarou Pfüller, recordando de uma das mais tradicionais empresas da história de Cachoeira do Sul.
Quatro gerações de arrozeiros
O agrônomo Cezar Paz Carvalho traz no DNA a tradição de uma família de arrozeiros. Ele faz parte da quarta geração de plantadores de arroz, descendentes do pioneiro José Maria Carvalho Bernardes. Além disso, Cezar é parente do engenheiro que estruturou a estação experimental do arroz de Cachoeirinha, um dos maiores centros de pesquisa orizícola da América Latina. Conforme Jaceguay Barros, o engenheiro cachoeirense foi pioneiro na pesquisa sobre o cereal. Por Luis Bacedoni
O agrônomo Cezar Paz Carvalho traz no DNA a tradição de uma família de arrozeiros. Ele faz parte da quarta geração de plantadores de arroz, descendentes do pioneiro José Maria Carvalho Bernardes. Além disso, Cezar é parente do engenheiro que estruturou a estação experimental do arroz de Cachoeirinha, um dos maiores centros de pesquisa orizícola da América Latina. Conforme Jaceguay Barros, o engenheiro cachoeirense foi pioneiro na pesquisa sobre o cereal. Por Luis Bacedoni
Fonte: http://www.defender.org.br/cachoeira-do-sulrs-memorial-colocara-a-orizicultura-na-vitrina/
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