O local foi reinaugurado em janeiro de 2012 e conta com uma programação de peça e exibição de filmes.
Um espaço de arte cênica, exibição cinematográfica e que mantém viva
fortes lembranças de manifestações culturais e da vivência social ao
longo do século passado, nesta cidade do Interior do Ceará, localizada
na Serra da Ibiapaba, na Região Norte. Esses são significados que o
Theatro Dom Pedro II representa para grande parte da população local.
O Theatro D. Pedro II foi reinaugurado em janeiro deste ano e mantém
uma programação permanente de apresentação de peças teatrais, exibição
de filmes, visitação de alunos da rede pública de ensino e oferece
espaço para reuniões. Em 2003, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e, em 2008, foi adquirido pela
Prefeitura Municipal de Viçosa.
As obras de restauro somente começaram em 2010 e em outubro de 2011
foram concluídas. Foram investidos R$ 918 mil com recursos do Iphan e
contrapartida do município. Técnicos do Iphan realizaram prospecção para
identificar a cor original interna e externa. O piso de ladrilho
(tijolo de barro) no interior e na calçada é original. O forro é de
madeira e acompanha a inclinação do telhado.
A fachada mantém a tonalidade original do amarelo, portas azuis e as
paredes interiores foram pintadas de branco. “Viçosa do Ceará hoje tem
um cine-teatro moderno que preserva os traços de importante exemplar da
arquitetura civil do início do século XX”, observou a secretária de
Cultura do município, Margarida Pereira Lopes. “Esse é um espaço
cultural que faz parte da história da cidade e que está preservado”. O
arquiteto do Iphan, Alexandre Veras, participou do projeto de prospecção
e de reforma do espaço cênico. “Recuperamos alvenaria, coberta, área de
palco e inserimos novos espaços, ambientes de suporte (camarins e
banheiro). O teatro apresenta uma arquitetura eclética, com traços
coloniais e da ´art déco´”. Veras ressaltou a importância do equipamento
cultural por ser o único da região serrana e que estava há décadas
fechado.
O Theatro D. Pedro II foi construído em 1909. É um dos mais antigos
do Ceará. A obra foi idealizada por Valdivino Elias de Alencar,
potiguar, residente na cidade. Após ser eleito presidente do então
Recreio Dramático Viçosense, Alencar teve a ideia de oferecer para os
moradores um espaço dedicado às expressões artísticas e culturais.
Alencar, com apoio de acionistas, dentre eles, Felizardo de Pinho
Pessoa, construiu o teatro, que foi registrado em nome da Sociedade Club
União Viçosense. Na época da conclusão da obra, havia pouco tempo do
fim do Império monarca no Brasil e iniciava o período republicano. Para
homenagear o imperador, o teatro recebeu a denominação de D. Pedro II.
Em 2008, o imóvel foi adquirido pela Prefeitura Municipal da família
Pinho Pessoa, representada por Hildo Pinho. O teatro foi ampliado e
foram construídos cantina, camarins e banheiros. Foram instaladas 136
cadeiras novas, adequada iluminação, som e sistema de projeção. A
capacidade é para 136 pessoas.
História
Antes mesmo da inauguração do teatro, na primeira década do século
passado, a cidade de Viçosa do Ceará já era palco de diversas
manifestações culturais. Como não havia espaço adequado, as
apresentações de peças teatrais aconteciam nos salões da maioria das
casas. Naquela época, era comum a realização de festas e bailes nas
residências das famílias que detinham o poder político e econômico.
Após a inauguração em 1910, o Theatro D. Pedro II passou a ser um dos
principais espaços culturais da cidade, contando com peças e exibição
de filmes de companhias estrangeiras. Atualmente é um dos poucos teatros
que existem no Interior do Ceará. Apesar de pequeno, com apenas
287,44m² de área construída, é um dos mais importantes monumentos
arquitetônicos da cidade. O tombamento pelo Iphan há quase dez anos, na
gestão do ex-prefeito, Evaldo Soares, contribuiu fortemente para
preservar os traços de sua arquitetura original, realçando o conjunto
eclético dos imóveis históricos da cidade.
A secretária de Cultura, Margarida Lopes, lembra que antes das obras
de restauro, o teatro estava há 40 anos praticamente sem uso, com poucas
condições de recursos cênicos, de mobiliário, e de equipamentos
audiovisuais. Nos anos de 1930, exibiu o cinema panorâmico mudo, preto e
branco. Nessa época, as exibições eram acompanhadas de conjunto
musical. Depois, vieram as exibições sonoras e coloridas, legendadas até
meados do ano da década de 1970.
Restauração
O teatro foi restaurado na gestão do atual prefeito, Pedro da Silva Brito, que se empenhou na parceria com o Iphan. “Representa mais do que um prédio histórico. Os moradores mantêm vivas lembranças, recordações. Representa a memória de várias gerações”, frisou Margarida Lopes.
O teatro foi restaurado na gestão do atual prefeito, Pedro da Silva Brito, que se empenhou na parceria com o Iphan. “Representa mais do que um prédio histórico. Os moradores mantêm vivas lembranças, recordações. Representa a memória de várias gerações”, frisou Margarida Lopes.
A partir do próximo ano, será ampliada a programação de exibição de
filmes culturais e haverá um calendário para apresentação de peças
teatrais de grupos locais e convidados de outras cidades do Ceará.
Recentemente, esteve em cartaz o espetáculo “O trânsito não é uma
comédia”, que integrou uma programação voltada para a educação de
trânsito com a participação de centenas de estudantes. Foi realizado
também o projeto “Educação e Arte no Teatro” voltado para os alunos da
rede pública e particular de ensino. No espaço cênico, ocorre também
show musical.
Em 2003, o local foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) e, em 2008, foi adquirido pela Prefeitura
Municipal de Viçosa, na Serra da Ibiapaba.
Espaço para a arte cênica é restrito
O Teatro da Ribeira dos Icós é o mais antigo do Ceará. Apresenta
características neoclássicas e foi construído em 1860, pelo médico
francês, Pedro Thebérge, então radicado no município. Fotos: Honório
Barbosa.
Icó. A arte cênica no Interior do Ceará encontra
espaço adequado de produção em poucas cidades: Icó, Sobral, Limoeiro do
Norte, Barbalha, Aracati, Nova Olinda, Crato, Crateús e Iguatu, que são
exemplos de centros urbanos que oferecem teatros. Quatro estão em áreas
tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan): Sobral, Icó, Viçosa do Ceará e na cidade de Aracati (que está
desativado).
O Teatro da Ribeira dos Icós é o mais antigo do Ceará. Apresenta
características neoclássicas e foi construído em 1860, pelo médico
francês, Pedro Thebérge, então radicado no município. Representa a fase
áurea do ciclo econômico do couro e do gado no sertão nordestino. Tem
localização estratégica no Largo do Thebérge (centro histórico da
cidade) e destaca-se pela beleza e tamanho.
O Teatro da Ribeira dos Icós está próximo a outros monumentos
históricos na área de tombamento pelo Iphan: Casa de Câmera e Cadeia,
Sobrado do Barão do Crato, Santuário do Senhor do Bonfim e a Igreja
Matriz de Nossa Senhora da Expectação. As famílias da elite local
frequentavam o teatro com regularidade no século XIX e início do século
XX até a crise econômica do ciclo do couro.
A cidade de Icó localizada às margens do Rio Salgado. É patrimônio
nacional e o núcleo urbano foi tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1997. A área tombada inclui
vários quarteirões. No entorno do Largo do Thebérge, uma imensa praça,
de um quilômetro de cumprimento por 100 metros de largura, estão
localizados os principais imóveis históricos, dentre eles o teatro.
O Programa Monumenta do Ministério da Cultura, com financiamento do
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e em parceria com o
governo do Estado, restaurou a partir de 2000 as principais obras
arquitetônicas: o Teatro da Ribeira dos Icós, a Casa de Câmara e Cadeia e
o Sobrado do Canela Preta e ainda liberou recursos para obras de
restauro em imóveis particulares.
A casa de espetáculo mantém um calendário de apresentação de
espetáculos de grupos locais e convidados de outras cidades. Está também
inserido no projeto Cine mais Cultura, do Ministério da Cultura para
exibição de filmes com acervo renomado. O teatro recebeu equipamentos de
projeção, som e funcionários foram treinados.
O arquiteto do Iphan, Erick Rolim, chefe do escritório técnico em
Icó, destacou a importância dos teatros em funcionamento nas cidades do
Interior. “São espaços culturais que possibilitam a exibição de filmes e
apresentação de peças, oferecendo arte para os moradores e contribuem
para a formação de plateia”, disse. “Aglutinam a população e reservam a
história e a memória e os teatros no passado eram frequentados pela
aristocracia, a elite local”.
O teatro de Aracati está fechado e no próximo ano deve ser reformado
com recursos do Iphan. “Existe um projeto de restauro já elaborado, mas
não houve tempo para ser licitado este ano e esperamos em 2013 começar
essa obra”, observou Erick Rolim.
Em Crateús, na Região dos Inhamuns, o Teatro Rosa de Moraes, fundado
em 1999, é um importante espaço de manifestações culturais. Oferece
exibição de filmes, encenação de espetáculos, possibilita a realização
de audiências públicas, seminários, lançamentos de livros, mostras
itinerantes e números de dança. Existe uma agenda cultural permanente.
A cidade do Crato, no Cariri cearense, é privilegiada, pois dispõe de
três casas de espetáculos. O Teatro Municipal Salviano Arrais Saraiva, o
Teatro Rachel de Queiroz da Sociedade Cultura e Artística do Crato e o
Teatro do Sesc. A programação de apresentações culturais (peças, dança,
música) é intensa e ocorre todos os meses. Na cidade de Iguatu, na
região Centro-Sul, há o Teatro Municipal Pedro Lima Verde e o Teatro do
Sesc. Por Honório Barbosa
Mais informações:
Secretaria de Cultura de Icó
Rua Inácio Dias, S/N
Centro Histórico do Largo do Thebérge. Fone: (88) 3561. 1628
Secretaria de Cultura de Icó
Rua Inácio Dias, S/N
Centro Histórico do Largo do Thebérge. Fone: (88) 3561. 1628
Fonte: http://www.defender.org.br/theatro-d-pedro-ii-mantem-historia-de-vicosa-do-ceara/
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