Visitando o site Obvious, encontrei esta interessante matéria de Diana Riberiro, sobre os Moais da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacíficio, que reproduzo abaixo.
Os moais de pedra da Ilha da Páscoa, no sudeste do Pacífico, foram
construidos por antigos habitantes da ilha. Estes nativos, que contavam
apenas com tecnologia da idade da pedra, esculpiram gigantescas figuras
humanas com alturas entre três e dez metros e até 86 toneladas de peso,
conhecidas sobretudo pelo tamanho das suas cabeças. Estas são, aliás,
muitas vezes chamadas de "Cabeças de Pedra Gigantes da Ilha da Páscoa".
Crê-se que estas estátuas representem os antigos líderes mortos e
estejam posicionadas de frente para o interior da ilha como símbolo de
protecção ao povo Rapanui. Ao todo, são mais de 800 e estão espalhadas
pelos diversos Ahu, os pedestais sagrados. Praticamente metade está no
maior, em Rano Raraku, cujas encostas possuiam a rocha vulcânica
utilizada na sua construção.
Construção histórica
Além disso, os Rapanui serviam-se de ferramentas como os cinzéis de
pedra para definir os rostos dos moais: todos eles apresentam uma
expressão enigmática de narizes alongados, orelhas compridas e
rectangulares, grossas sobrancelhas e lábios muito finos. Os braços
foram esculpidos apoiados em várias posições junto ao corpo, com mãos e
dedos esguios. Com a excepção de um que se encontra de joelhos, nenhum
dos outros mostra(va) ter pernas. Quanto ao tamanho desporporcional da
cabeça, explica-se pelo facto de os polinésios acreditarem que a cabeça
era a sede da sabedoria.
Sem a tecnologia moderna, produzir e deslocar estas estátuas é
considerado um feito hercúleo. A maior ficou incompleta – pois se
tivesse sido concluída teria 21m e pesaria 270 toneladas. Uma outra,
designada Paro, tem quase 10m e pesa 82 toneladas. No entanto, a mais
pesada alguma vez erguida está no Ahu Tongariki – que, com 200m de
comprimento, alberga 15 moais - e pesa 86 toneladas. Depois de
terminadas, os Rapanui poliam-nas com pedra-pomes. Décadas mais tarde,
foram ainda descobertos detalhes curiosos marcados nas suas costas. Nos
moais que melhor resistiram à passagem de tempo, ou seja, aqueles que se
encontavam menos erodidos (os construídos em basalto, por exemplo) era
possível ver desenhos tatuados.
Uma vez que não se sabe ao certo como foram, na realidade,
transportados, os investigadores inclinam-se para dois métodos
possíveis. Em ambos os casos seria necessária muita força humana aliada a
cordas, trenós ou rolos de madeira. A partir dos anos 80 (século XX) ,
começaram a ser feitas experiências para tentar provar estes processos,
recriando então o cenário dessa época. Inicialmente, concluiu-se que o
moai era amarrado de bruços a um trenó de madeira e movido com a ajuda
de 1500 homens. De seguida, foi calculado que estando o trenó sobre
(possíveis) rolos, só seriam precisos metade dos homens.
O segundo método envolveria ainda a utilização de uma estrutura que
auxiliava no movimento do próprio moai: depois de amarrado numa posição
vertical ao trenó, eram passadas cordas à volta da sua cabeça, depois
presas a uma faixa plana no chão. Esta técnica permitia arrastá-lo e
incliná-lo para a frente e para cima, possibilitando aos Rapanui uma
deslocação mais estável ao longo de centenas de metros. Depois de
testadas por vários grupos de investigadores na ilha, as evidências
apontam para uma prática semelhante a estas hipóteses.
Em 1868, as estátuas já não estavam na sua posição original. Segundo as
lendas da ilha, os conflitos entre os clãs habitantes foram derrubando e
até partindo quase todos os exemplares. Gradualmente, graças ao empenho
do mundo em recuperar este valioso património, começaram a ser
reerguidos nos pedestais. Em 1995, por exemplo, 15 moais voltaram a
estar de pé no Ahu Tongariki. Outros tantos estão actualmente protegidos
em importantes museus.
Afinal têm corpo!
Esta descoberta aumentou ainda mais o fascínio, mas igualmente o
mistério à volta dos monólitos. Um grupo de pesquisa privado tem
escavado na ilha e feito investigações no subsolo onde se escondiam
estes corpos. Só que desde aí novas questões impõem-se: será que sempre
estiveram assim ou foi o passar do tempo responsável pelo seu enterro?
Para já, a única teoria conhecida aponta para um enorme deslizamento de
terra causado por um maremoto - que terá feito com que as estátuas
ficassem com o corpo escondido. Mas há também quem afirme que esta
teoria já é antiga. Quanto a certezas… a única que existe é que os moais
da Ilha da Páscoa ainda têm muito para nos contar.
Em 1868, as estátuas já não estavam na sua posição original. Segundo as
lendas da ilha, os conflitos entre os clãs habitantes foram derrubando e
até partindo quase todos os exemplares. Gradualmente, graças ao empenho
do mundo em recuperar este valioso património, começaram a ser
reerguidos nos pedestais. Em 1995, por exemplo, 15 moais voltaram a
estar de pé no Ahu Tongariki. Outros tantos estão actualmente protegidos
em importantes museus.
Ahu Tongariki, (Wikicommons, Ian Sewell)
Mapa da Ilha da Páscoa, (Wikicommons, Eric Gaba)
Rano Raraku, (Wikicommons, Aurbina)
Hoa Hakananai, (Wikicommons, Fallschirmjäger)
Caro Eder,Se vc quiser algumas contribuições sobre o tema estou disposto a dá-las ! MEu nome é Francisco Soares e publiquei um livro sobre a ilha, pela editora da Universidade Federal do Maranhão /EDUFMA, denominado " Os Para Raios de Pedra da Ilha de Pascoa" MEu numero é (098) 9207 7180/ 9971 1027
ResponderExcluirabcs
Fco Soares