segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os Templos do Camboja

Reportagem do Site Obvious, de Carolina Carmini, sobre os Templos Esquecidos do Camboja, que reproduzo abaixo.

Os templos perdidos nas floretas cambojanas são verdadeiras obras primas da arquitetura Khmer. Traduzindo a importância da religião na vida das pessoas naquele período, cada construção é um elo cósmico entre o mundo terreno e o mundo celestial. Muitos desses locais nasceram como templo hinduístas, mas foram perdendo suas características e funções devido ao crescimento do budismo. O mesmo ocorreu com alguns templos que foram construídos sob a lógica do budismo. Mas independente da religião, esses eram espaços muito importantes, estabelecendo uma forte ligação entre o homem e os deuses.
Hoje, todas as construções remanescentes do império Khmer são templos de uso religioso. Os primeiros templos do Camboja provêm do século VI e a matéria-prima básica para construção era o tijolo e pedra. A pedra usada pelos construtores de Angkor era o arenito, devido à distância e ao valor. A pedra foi usada parcialmente em determinados detalhes das contruções.
O templo de Ta Keo foi o único construído quase que totalmente em arenito. A laterita é uma argila retirada diretamente do solo que endurece ao ser exposta ao sol. Era utilizada para fundações e partes ocultas dos edifícios. Devido a isso, essas obras permaneceram durante séculos - outros edifícios de uso não religioso eram feitos de materiais perecíveis, como a madeira.
Nesses edifícios, as decorações eram esculpidas em estuque e aplicadas nas paredes e estruturas. Esses espaços eram concebidos para serem morada dos deuses e durante muitos períodos eram visitados apenas pelas elite. Cada templo remanescente é um exemplo dos estilos da arquitetura khmer, o que tornou cada obra uma peça única e importante para a história da arquitetura mundial.
Para quem tiver interesse em conhecer a arquitetura do império Khmer, uma série de templos estão espalhados pelo país. Cada um traz uma curiosidade e um pouco da história do Camboja. A começar pelos templos de Banteay Samre e Thommanon na área de Angkor, que têm o mesmo estilo do famoso Angkor Wat, mas não são tão suntuosos.
O templo de Preah Ko é o remanceste do estilo homónimo. Ele é um dos mais antigos entre os que sobreviveram. Hoje é reconhecido por suas torres de tijolos. Já o templo Bakheng foi o primeiro construído na área de Angkor. A obra está localizada no alto de uma colina e é um dos locais mais ameaçados no país.
Banteay Srei foi o único templo construido por um cortesão e não por um dos reis do império Khmer. Seu tamanho é bem menor em relação a outras contruções presentes no país e suas paredes são decoradas com cenas da mitologia indiana.
A cidade de
Angkor Thom, ou a Grande Capital, em Khmer, é um dos templos mais conhecidos – depois de Angkor Wat – e tem quase 10km2. Foi o lar de mais de um milhão de habitantes durante os anos de 1181 a 1201, um número bem maior que qualquer país europeu no período. A cidade é cercada por uma muralha de 12km de extensão e rodeada por um lago artificial repleto de crocodilos vorazes.
Em seu centro encontra-se o templo de Bayon, uma das maiores e mais monumentais construções após Angkor Wat. É uma obra delicada e elaborada, embora não possua a grandiosidade do mais famoso templo do Camboja.
No mesmo estilo do Bayon, está o templo de Ta Prohm – ou Ancestral Brahma. Construído no século XII, é um dos primeiros templos do programa de obras públicas do rei Jayavarman VII e seu intuito era ser um templo budista. A imagem principal do templo Prajnaparamita teve como modelo a mãe do rei. Até hoje o local está como foi encontrado: com os galhos e raízes tomando o lugar de assalto, saindo pelas janelas e portas das ruínas dos templos, misturados com as pedras e madeiras e criando um ambiente mágico e atemporal.
Ta Prohm possui um templo par, o mosteiro de Preah Khan, construído no mesmo período, cuja imagem principal, que representa o Bodhisattva, foi pensada à imagem do pai do rei. Muitas das imagens do templo foram destruídas por fanáticos hinduístas após a morte de Jayavarman VII. Restam apenas um baixo-relevo de Siddhartha e alguns relevos de devatas – divindades menores femininas.
O Camboja tem ainda diversos templos que podem ser pesquisados, visitados, restaurados e conservados. Se quiser conhecer mais sobre a arquitetura Khmer, leia: Angkor Wat, a cidade das cidades.
 
 
 













 
Angkor Thom, Porta Sul (Wikicommons, Baldiri)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Templo Bayon (Wikicommons, Charles J. Sharp)
 
















 
Templo Preah Khan (Wikicommons, Allie Caufield)















 Templo Ta Prohm (Wikicommons, Dario Severi)

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