O imóvel que representa parte de nossa história necessita de uma
atenção especial e urgente. A casa foi cedida pela prefeitura de União
da Vitória em comodato para a Fafiuv, porém um documento elaborado pela
Instituição devolve o patrimônio à administração.
Com o passar do tempo às faces da obra da Casa da Família Amazonas
pedem urgentemente sua restauração. O imóvel localizado no Distrito de
São Cristóvão e que representa parte de nossa história necessita de uma
atenção especial.
A casa, há cinco anos, foi cedida pela prefeitura de União da
Vitória, na gestão do então prefeito Hussein Bakri, em comodato para a
Fafiuv, na gestão do diretor daquele ano Eloy Tonon. Porém, um documento
elaborado em agosto deste ano pela Instituição devolve o patrimônio à
administração. O documento oficializando a devolução tem data de 8 de
agosto. Quase três meses depois a devolução ainda não foi formalizado
nem ocorreu de forma oficial.
Sonho da restauração
O diretor da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras
(Fafiuv), Valderlei Garcia Sanches, ao assumir a direção havia
compartilhado com os moradores de União da Vitória e região que o sonho
da restauração da Casa da Família Amazonas seria uma luta para se tornar
realidade. Tamanha foi a vontade que em novembro de 2009 o diretor da
Fafiuv, acompanhado do contador da Instituição, Edson da Silva, e do
presidente da Associação dos Amigos do Trem (AAT), Marcelo Roveda, se
deslocaram a Brasília para uma audiência com o então deputado federal
Airton Bernardo Roveda.
A audiência foi mediada pelo presidente da AAT. Roveda mostrou-se
solicito para com a reforma da Casa Amazonas. De acordo com Valderlei,
ele disse que pela situação em que a casa se encontra (deteriorada) o
investimento para a reforma seria alto. Seria necessário fazer uma
restauração geral, mantendo a arquitetura original. A restauração
completa, com tudo o que se pretendia fazer, ultrapassaria os R$ 200
mil. O orçamento foi apresentado juntamente com o projeto de restauração
elaborado pela Instituição e entregue para o deputado.
Com o projeto em mãos Roveda comunicou ao diretor sobre a liberação
de uma emenda no valor de R$ 160 mil para a efetuação da restauração da
Casa Amazonas. A restauração teria início ainda em 2010. Porém, segundo
Valderlei, a emenda não foi liberada.
O diretor da Fafiuv comenta ainda que desde que assumiu a direção da
Instituição dedicou-se juntamente com o Colegiado de História na
elaboração de projetos que viabilizassem apoio financeiro para a
restauração. A Instituição buscou ajuda junto de ONGs, Governo Estadual e
Federal, iniciativa privada (empresários da região), inclusive com o
Exército. “Infelizmente não logramos êxito em nosso objetivo. Como a
Fafiuv não possui recursos próprios para tal fim, tornou-se totalmente
inviável o projeto de restauração”.
A intenção seria a de transformar o local em um arquivo histórico.
Também em uma das salas, montar um museu com peças antigas que marcam a
história do povo de União da Vitória e disponibilizar materiais para
consultas. “Devolvemos a casa para a administração de União da Vitória
em virtude da indisponibilidade de verbas para sua restauração,
infelizmente”, desabafa.
Próximo ano
Há dois meses para o término de 2012, tudo indica que a restauração do patrimônio deve acontecer no próximo ano.
A história
Conforme relatos do professor do Curso de História da Fafiuv, Ilton
César Martins, o Cel. Amazonas de Araújo Marcondes nasceu no dia 17 de
dezembro de 1845 e faleceu em 23 de dezembro de 1924.
Sua chegada em nossa terra está datada em 1880, que logo comprou a
Fazenda Passo do Iguassú. Ao participar do processo de apropriação dessa
região, o Cel. Amazonas consolidou o povoado e, consequentemente, a
cidade de Porto União da Vitória.
A possibilidade que teve de explorar o Rio Iguaçu com seus vapores,
concedida através do Decreto Imperial nº 7248 de 19 de abril de 1879 nos
fornece uma boa dimensão do impacto de sua presença na região.
Politicamente, Cel. Amazonas participou ativamente do processo de
criação em 1890 da Intendência Municipal de União da Vitória,
separando-se de Palmas. O fato aconteceu por meio do decreto nº 54 de 27
de março, sendo que este eleva a categoria de Vila a então freguesia de
União da Vitória. Na mesma data surge o decreto nº 55, que cria a
Intendência Municipal de União da Vitória. Já no dia 4 de maio de 1890, a
sessão solene de instalação da Intendência, tendo por intendente o Sr.
Amazonas de Araújo Marcondes. Por Wannessa Stenzel
Nenhum comentário:
Postar um comentário