O 3º Batalhão de Engenharia de Combate iniciou ontem o trabalho de
escoramento da estrutura e do entrepiso de madeira do antigo prédio do
Paço Municipal. Comandada pelo sargento Vanderlei Rauber, uma equipe de
sete soldados, um cabo, um sargento e um capitão fará a remoção e
recuperação do telhado, o primeiro passo do restauro do prédio histórico
da Prefeitura.
Rauber prefere não prever o tempo que levará para o prédio estar
totalmente recuperado, pois primeiramente deverá ocorrer a retirada das
madeiras mais podres a fim de que possa ser feita uma avaliação do que
será necessário para as próximas etapas. Hoje começam a chegar as
madeiras e compensados para o escoramento. Um guindaste do Exército fará
a remoção das telhas, que serão reaproveitadas na nova estrutura que
será feita no telhado.
O trabalho foi acompanhado pelo grupo de cachoeirenses preocupados
com a preservação do patrimônio histórico, o Movimento pela Restauração
do Paço Municipal, liderado pela arquiteta Elizabeth Thomsen e que conta
ainda com a experiência de outros profissionais, entre eles o arquiteto
e engenheiro de segurança do trabalho Osni Schroeder. A preocupação de
Osni, repassada aos militares, é sobre os cuidados que deverão ser
tomados durante a obra. “Estamos tratando de um prédio antigo e a
estrutura deve permanecer a original”, alertou.
Pau a Pique - Algumas paredes do Paço Municipal são
feitas com um sistema de ripa de coqueiro trançada e barro, forma como
eram feitas as estruturas no ano de sua inauguração, em 1864. Segundo
Osni, estas estruturas não podem ser danificadas, pois são elas que
contam a história do prédio. Também serão recuperadas as janelas e
portas, tendo a preocupação de manter o máximo da sua estrutura
original.
Uma aventura iniciada em 1864
Em 1864, Cachoeira do Sul já recebia os imigrantes alemães, o serviço de correios estava organizado e o município tinha o foro de cidade. Foi neste ano, em dia e mês que não ficaram registrados na história, que os cachoeirenses se reuniram para festejar a conclusão da obra da Casa de Câmara, Júri e Cadeia. Conhecido atualmente como Paço Municipal, o prédio – que em 2014 completa 150 anos – é um dos 14 imóveis tombados como patrimônio histórico de Cachoeira do Sul. E é neste ano que começa também a obra que deve restaurar o prédio, que está fechado há cerca de sete anos por não ter mais condições de uso.
O prédio, em estilo colonial português e com características neoclássicas, começou a ser erguido em 1861. Apesar da obra ser concluída em 1864, conforme mostra a placa bem no topo do casarão, somente em 5 de agosto de 1865 ele foi entregue oficialmente com o nome de Casa de Câmara, Júri, Cadeia e dependências para o juiz de direito.
Por sugestão do imperador dom Pedro II durante sua passagem pela cidade, o sobrado da Prefeitura serviu inicialmente como hospital militar, conforme consta no relato de guerra do genro de Pedro II, o conde D’Eu. Ele servia para cuidar dos doentes vindos principalmente da Guerra do Paraguai. Segundo ata da Câmara do município, o hospital foi desativado em janeiro de 1866.
Em 1864, Cachoeira do Sul já recebia os imigrantes alemães, o serviço de correios estava organizado e o município tinha o foro de cidade. Foi neste ano, em dia e mês que não ficaram registrados na história, que os cachoeirenses se reuniram para festejar a conclusão da obra da Casa de Câmara, Júri e Cadeia. Conhecido atualmente como Paço Municipal, o prédio – que em 2014 completa 150 anos – é um dos 14 imóveis tombados como patrimônio histórico de Cachoeira do Sul. E é neste ano que começa também a obra que deve restaurar o prédio, que está fechado há cerca de sete anos por não ter mais condições de uso.
O prédio, em estilo colonial português e com características neoclássicas, começou a ser erguido em 1861. Apesar da obra ser concluída em 1864, conforme mostra a placa bem no topo do casarão, somente em 5 de agosto de 1865 ele foi entregue oficialmente com o nome de Casa de Câmara, Júri, Cadeia e dependências para o juiz de direito.
Por sugestão do imperador dom Pedro II durante sua passagem pela cidade, o sobrado da Prefeitura serviu inicialmente como hospital militar, conforme consta no relato de guerra do genro de Pedro II, o conde D’Eu. Ele servia para cuidar dos doentes vindos principalmente da Guerra do Paraguai. Segundo ata da Câmara do município, o hospital foi desativado em janeiro de 1866.
Civil e Religioso - Antes mesmo da Casa de Câmara e
Cadeia ser construída onde hoje é a Praça Balthazar de Bem, já existia
no local a Igreja Nossa Senhora da Conceição, datada de 1779, hoje
catedral. Assim, pela tradição portuguesa, ali estava a praça religiosa.
A praça civil era onde está a Praça José Bonifácio, pois ali foi
construído o pelourinho (uma coluna em praça pública onde eram feitas as
cerimônias e punições de crimes). Pela lógica, a Casa de Câmara, Júri e
Cadeia deveria ser próxima à praça civil, e não junto à religiosa. Mas
não foi isso que aconteceu em Cachoeira.
Na época, o terreno encontrado para comprar e fazer a obra foi justamente junto à praça religiosa e um dos proprietários era Ferminiano Pereira Soares, que foi também os construtor e responsável pela primeira planta da obra. Ferminiano foi o construtor também do primeiro teatro de Cachoeira, erguido em 1830, e dos pilares onde seria a Ponte do Jacuí, na localidade de Jacuí, divisa entre Cachoeira e Restinga Seca.
Na época, o terreno encontrado para comprar e fazer a obra foi justamente junto à praça religiosa e um dos proprietários era Ferminiano Pereira Soares, que foi também os construtor e responsável pela primeira planta da obra. Ferminiano foi o construtor também do primeiro teatro de Cachoeira, erguido em 1830, e dos pilares onde seria a Ponte do Jacuí, na localidade de Jacuí, divisa entre Cachoeira e Restinga Seca.
Queima-roupa
Arquiteta Elizabeth, afinal, como começou o trabalho deste grupo e qual o motivo?
“Nosso trabalho começou após as chuvas de setembro de 2012, quando o Grupo de Recuperação da Ponte de Pedra, inconformado com o abandono e a degradação progressiva do Paço Municipal, resolveu fazer um abaixo-assinado solicitando a sua restauração. Quando entregamos ao prefeito recém-eleito Neiron Viegas as 1.248 assinaturas de cidadãos cachoeirenses, ele afirmou que esta já era uma prioridade do seu governo e solicitou a nossa ajuda para atingir este objetivo. Desde então, o Movimento pela Restauração do Paço Municipal está trabalhando voluntariamente em busca de soluções efetivamente realizáveis dentro da nossa realidade econômica”.
Arquiteta Elizabeth, afinal, como começou o trabalho deste grupo e qual o motivo?
“Nosso trabalho começou após as chuvas de setembro de 2012, quando o Grupo de Recuperação da Ponte de Pedra, inconformado com o abandono e a degradação progressiva do Paço Municipal, resolveu fazer um abaixo-assinado solicitando a sua restauração. Quando entregamos ao prefeito recém-eleito Neiron Viegas as 1.248 assinaturas de cidadãos cachoeirenses, ele afirmou que esta já era uma prioridade do seu governo e solicitou a nossa ajuda para atingir este objetivo. Desde então, o Movimento pela Restauração do Paço Municipal está trabalhando voluntariamente em busca de soluções efetivamente realizáveis dentro da nossa realidade econômica”.
Saiba mais- Depois de 20 meses de trabalho, tem início a obra de
recuperação da Casa de Câmara, Júri e Cadeia, objetivo do Movimento pela
Restauração do Paço Municipal. A obra começou ontem.
- O objetivo é restaurar o prédio, preservar suas características
arquitetônicas e torná-lo novamente útil à comunidade. Foram 60
reuniões, centenas de registros fotográficos, pesquisas, treinamento
para o trabalho em altura patrocinado pela Screw e trabalho de mais de
30 pessoas, entre voluntários do movimento e soldados do 3º Batalhão,
que será o responsável pelo escoramento e pela troca do telhado.
- Uma das etapas mais difíceis foi transferir os arquivos do depósito
construído sob o telhado da Rua Gabriel Leon. O trabalho feito ainda em
2013 contou com um guindaste da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e
o esforço das arquivistas e funcionários das secretarias de
Administração, Obras e Meio Ambiente.
- Em tempo recorde, foi elaborado o projeto para buscar financiamento
do Badesul. O projeto realizado pelo arquiteto Júlio César de Campos
Ramos, com o apoio dos arquitetos, engenheiro, estagiários,
historiadores e colaboradores do movimento, que já haviam adiantado as
pesquisas, os levantamentos fotográficos e a análise das patologias, foi
montado em apenas 45 dias. Por enquanto, o projeto segue em análise. Por Patrícia Miranda
Fonte: Jornal do Povo
Fonte da Matéria: http://defender.org.br/noticias/rio-grande-do-sul/cachoeira-sul-rs-paco-municipal-comeca-ser-recuperado/
Foto panorâmica da Praça Balthazar de Bem com o Paço Municipal, Château d’Eau e Igreja Matriz.
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