Moradores e Iphan não concordam com equipamento da Celpa.
Empresa diz que não depende de aprovação de moradores.
Os moradores do bairro da Cidade Velha, em Belém, estão irritados com a implantação do novo sistema de medição de energia elétrica feita pela concessionária de energia Celpa. O aparelho instalado na frente das residências é composto por duas caixas de plástico com fiações elétricas cobertas por canos pretos, com cerca de dois metros de altura. Segundo Dulce Rocque, presidente da Associação Cidade Velha-Cidade Viva (CiViva), muitos moradores já reclamaram do sistema.
“Quando começaram a implantar, há duas semanas, se formou uma fila aqui
na frente da minha casa. Está todo mundo revoltado aqui, é um sistema
horroroso. O problema é que todos os órgãos públicos ignoram o bairro,
que para eles é um monte de casa velha que não merece respeito. Além
disso, não conhecem as normas relativas ao tombamento”, reclamou a
presidente.
Por meio de sua assessoria, a Celpa informou que não está mais
realizando a instalação do atual modelo adotado pela empresa e que vai
substituí-lo pelo sistema de medição centralizada, por enquanto, somente
no bairro da Cidade Velha. A concessionária informou ainda que a
legislação do setor elétrico autoriza que a empresa escolha qual modelo
utilizar e implante nas casas, independente da opinião do morador.
Patrimônio histórico
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a intervenção na fachada das casas não poderia ser realizada: o bairro é tombado desde 2012 e qualquer projeto que altere as propriedades - seja proposto pelos moradores, por pessoas jurídicas ou por órgãos públicos - tem que ser apresentado ao Instituto, que avalia se o projeto está de acordo com as leis e aprova ou não a sua realização.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a intervenção na fachada das casas não poderia ser realizada: o bairro é tombado desde 2012 e qualquer projeto que altere as propriedades - seja proposto pelos moradores, por pessoas jurídicas ou por órgãos públicos - tem que ser apresentado ao Instituto, que avalia se o projeto está de acordo com as leis e aprova ou não a sua realização.
“A Celpa não cumpriu isso e por isso notificamos. Não autorizamos e não
concordamos com esse modelo de medidor. A instalação desse sistema é
uma solução que não é compatível com o bairro, não só no imóvel, mas na
percepção visual do conjunto. Já pedimos para que os aparelhos fossem
retirados e substituídos por outro modelo. Fizemos uma reunião e a
concessionária se comprometeu que, a médio e longo prazo, vai adotar o
sistema de controle eletrônico”, explicou Dorotea Lima, superintendente
do Iphan no Pará.
A aposentada Iolanda Araújo disse que ficou surpresa quando chegou em
casa e viu o novo sistema instalado. “A equipe da Celpa veio aqui e
instalou. Estava na rua e quando cheguei já estava aí. Não me
comunicaram previamente, mas no final nos entregaram um documento. Eu
não me importo de mudar o sistema, mas fica muito feio, descaracteriza a
casa”, disse.
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