Uma ação rápida do príncipe Charles evitou a tragédia. Há sete anos,
uma das construções históricas mais significativas da Grã-Bretanha quase
virou fumaça. Localizada em Ayrshire, na Escócia, a Dumfries House é
uma propriedade do século 18 projetada pelo renomado arquiteto Robert
Adam e por seus irmãos, John e James. Abriga uma coleção respeitável de
móveis ingleses no estilo rococó, incluindo cerca de 50 exemplares de
Thomas Chippendale, um então promissor marceneiro que logo conquistaria
grande reputação como criador.
O destino da propriedade de 800 hectares tornou-se duvidoso em 2005,
quando John Crichton-Stuart, o sétimo Marquês de Bute – na verdade, um
piloto de Fórmula 1 cuja família havia herdado a posse de Dumfries no
início do século 19 – começou a enfrentar dificuldades para mantê-la.
Acabou decidindo colocar à venda o palácio gótico vitoriano e contratar a
casa de leilões Christie’s para dar cabo do seu acervo. Especialistas
documentaram tudo dentro da mansão e produziram um catálogo de dois
volumes. A venda dos móveis e objetos chegou a ser marcada para 12 e 13
de julho de 2007.
Poucas semanas antes, porém, o triste fim da Dumfries House foi parar
nos ouvidos do príncipe Charles. Empenhado em preservar a herança do
povo inglês, ele enviou representantes para negociar o imóvel e cancelou
o leilão. Caminhões que já rumavam com o tesouro para Londres
retornaram à Escócia.
Sob a batuta do primeiro na linha de sucessão do trono britânico, US$
90 milhões foram arrecadados, e a mansão terminou adquirida por um pool
especialmente criado para esse fim. Estava salva, mas isso era só uma
parte do drama. Restaurá-la era o próximo e essencial ato. Já com a
propriedade aberta ao público, seu defensor real formou um comitê de
experts para traçar um plano de ação. Após três anos de planejamento, a
obra foi executada em apenas cinco meses, entre o outono e o inverno de
2010.
Hoje, a mansão passa oito meses por ano aberta para visitação do
público – não como um museu, mas como uma casa mesmo, onde os visitantes
são convidados a estar à vontade. Quem mais se sente em casa ali,
porém, é o próprio Charles, que aparece na propriedade cinco ou seis
vezes por ano, para deleite da turma que está por lá. Entre os poucos
aposentos que permanecem fechados ao público, está a sua suíte real.
(Produção: James Reginato e Robert Rufino)
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