segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Patrimônio histórico vira escombros em Marques de Souza

Patrimônio Histórico vira escombros em Marques de Souza. Casa de 1927, que serviu de cenário de filme, ruiu na terça-feira após anos de abandono.

Marques de Souza - Rio Grande do Sul, final do século XIX. Em uma região cercada por montanhas e matas próxima a São Leopoldo, uma jovem de ascendência germânica lidera uma seita religiosa que gera a controvérsia da comunidade local. A representatividade dos Mucker, como o grupo ficou conhecido, ganha força e gera, inclusive, a intervenção militar. Pois esta história de resistência e crença ganhou as telas do cinema mais de um século depois. E boa parte dela foi contada tendo como cenário localidades do Vale do Taquari. Nascia assim o filme a Paixão de Jacobina, que teve a participação de atores e atrizes consagrados, como Thiago Lacerda e Letícia Spiller. Uma das locações ocorreu no distrito de Tamanduá, interior de Marques de Souza.
Na época, um conjunto composto por três casas que serviram de cenário chegou a ser tombado como patrimônio histórico. Mas, diferentemente do cinema, a vida real não tem maquiagem, e nos últimos dez anos a falta de investimentos na manutenção de uma das casas provocou sua ruína. Quando Nilson Luis Cavaleti adquiriu o imóvel datado de 1927 nem imaginava que seria cenário de filme. “Comprei porque está numa área de terra de um hectare e até pensei em instalar meu pai, minha mãe. Mas daí veio o filme, a casa foi tombada e não tive condições de restaurar, porque é muito caro. Começou a ter infiltração”, conta. No sábado, parte da estrutura, que eventualmente ainda era utilizado por Cavaleti, não suportou décadas de abandono e cedeu. Na terça-feira, o vento forte derrubou o restante da história.

Nada previsto
Em tom de resignação, o secretário municipal de Educação, Cultura, Turismo e Desporto, Jurandir Brenner, admite que não há qualquer projeto para reforma ou captação de recursos relacionado às três casas tombadas em Tamanduá. “Sabemos destas dificuldades há bastante tempo. Mas depende muito do proprietário fazer ou não a conservação. Temos consciência que é caro, por isso mesmo é difícil para um município pequeno conseguir direcionar recursos, tendo tantas necessidades.”















Patrimônio histórico veio abaixo depois de anos de abandono - foto Alício Assunção

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