sexta-feira, 1 de março de 2013

RJ – Políticos lançam abaixo-assinado contra projeto de Eike em marina

Políticos do PSOL lançaram nesta sexta-feira um abaixo-assinado contra o projeto de reforma da Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, no Rio. O ato teve início por volta das 12h30 no centro da capital fluminense.

A mobilização ocorre após a aprovação do projeto do grupo EBX, do empresário Eike Batista, pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Apesar do sinal verde, as obras ainda não podem começar porque ainda há outros trâmites, como o detalhamento das intervenções.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirma que o abaixo-assinado é uma forma de dar oportunidade para os moradores da cidade manifestarem o descontentamento com a reforma. “O projeto agride a estrutura do Aterro do Flamengo, um dos espaços mais democráticos do Rio”.
Freixo disse que sugeriu ao grupo EBX que apresentasse o projeto na Assembleia Legislativa, como uma forma de mostrar transparência. Segundo ele, haverá outra manifestação no próximo domingo (3) no Aterro do Flamengo para coletar mais assinaturas. “Vamos fazer diversos eventos ao longo da próxima semana também”.
Morador do bairro do Flamengo (zona sul) há dois anos, o desenhista Omar Holman, 47, assinou o documento. “Será uma descaracterização do Aterro, que é um patrimônio da cidade. É como levar um pedaço do centro para uma área verde, sendo que há outros espaços para projetos como esse”, afirma.
O aposentado Murilo Ferreira Braga, 70, também é contra a obra. “O Eike vai mexer em algo que não é dele, é do Rio. O Aterro deve ser mantido como está”.
Já o administrador Hebert Coelho, 55, afirma que construir edifícios na Marina da Glória é como erguer um estádio no meio do Jardim Botânico. “Não encaixa, não faz parte”.
Está prevista a construção de um edifício de 15 metros de altura e intervenções em uma área de 20.000 m², além de um centro de convenções e a reforma da área de lojas já existente.

Detalhamento
A REX, braço do EBX que cuida dos empreendimentos imobiliários, precisará informar quais serão as intervenções. Como a área é tombada, a reforma só pode começar após aprovação pelo Iphan do projeto executivo –detalhamento do que será feito.
O projeto está em sua terceira versão, após críticas de arquitetos e desaprovação do órgão federal de patrimônio. Desde 2010, a empresa de Eike tenta realizar as obras.
A nova versão diminui à metade a área construída –antes previa-se obra de 40.000 m². E, segundo a empresa, respeita o tombamento do parque.
O projeto do arquiteto Afonso Eduardo Reidy para o parque do aterro do Flamengo é tombado desde 1965. Qualquer intervenção na área de 1,2 milhão de metros quadrados depende do Iphan.

Outro lado
A REX, que detém a concessão da Marina da Glória, não comentou o lançamento do abaixo-assinado, mas informou por meio de nota que vem cumprindo todas as exigências dos órgãos públicos para a aprovação do projeto há mais de dois anos.
“A empresa está comprometida em realizar uma revitalização que obedeça a legislação e atenda às necessidades de melhoria da comunidade, reafirmando o compromisso de responsabilidade social do Grupo EBX com o Rio de Janeiro.”
A empresa informou ainda que haverá amplo debate com a comunidade, por meio da realização de audiências públicas.
Já o Iphan informou em nota que “busca sempre manter preservadas as características que levaram ao tombamento do parque em 1965, com base no projeto original do arquiteto Afonso Eduardo Reidy.”
O instituto disse ainda que a implantação do projeto prevê “o agenciamento paisagístico de uma porção do Parque do Flamengo hoje mal tratada, impermeabilizada e indevidamente ocupada, possibilitando resgatar, para uso público, uma área de cerca de 50 mil metros quadrados, em especial nos locais conhecidos como bosque e esplanada da Prainha.” Por Mariana Sallowicz

Fonte:  http://www.defender.org.br/rj-politicos-lancam-abaixo-assinado-contra-projeto-de-eike-em-marina/















Vista da Marina da Glória, no Rio; obra do empresário Eike Batista na Marina da Glória é aprovada. Rafael Andrade/Folhapress

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