Com o aumento das chuvas, aumenta também a preocupação com a situação
dos casarões no centro histórico de são luís. Muitos estão em péssimo
estado de conservação e necessitam de obras emergenciais. Em alguns
casos, os moradores sabem dos riscos, mas mesmo assim, não querem sair
do local.
As escoras de madeira ajudam a estabilizar o que ainda resta do prédio
colonial. Tudo para evitar que ele seja arruinado e, assim, enterre uma
riqueza única. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), mais de 5 mil imóveis antigos no centro histórico de
São Luís são tombados pelo patrimônio nacional. Uma pequena parte (10%)
pertence ao setor público. A maioria (90%) é particular. E os riscos
mais graves de desmoronamento estão justamente nos casarões que têm
donos.
“É obrigação do proprietário. Ele é o dono da casa. Ele que tem que
fazer as obras de conservação preventiva, observar os telhados, já que
em São Luís chove muito durante uma época do ano. Mas infelizmente o que
ocorre é que na maioria das vezes o imóvel é abandonado”, disse a
superintendente do Iphan no Maranhão, Kátia Bogéa.
O risco de desabamento é iminente em vários pontos, durante todo o ano. Mas é quando chegam as chuvas que o perigo se agrava!
Uma característica comum nesses casarões coloniais são as paredes, que
não foram erguidas com concreto, mas com pedra e barro. Por isso, as
infiltrações são inimigas desse tipo de construção.
A preocupação dos órgãos de proteção à vida, como a defesa civil,
aumenta neste período. Segundo a prefeitura da capital, dos sete prédios
em maior risco, dois já foram desapropriados. Nos outros cinco, vivem
inúmeras famílias, que não querem sair do local. Os imóveis são
conhecidos como cortiços.
“nós não podemos forçar, tirar ninguém à força de onde mora. Mas pelo
momento crítico em que nos encontramos, nessa época de chuva, nós
encaminhamos uma lista desses prédios mais ameaçados ao Ministério
Público”, explicou a superintendente da defesa civil municipal, Elitânia
Barros.
O trabalho das equipes da defesa civil municipal tenta vistoriar os
imóveis, mas o trabalho dos técnicos é dificultado nas ruelas seculares.
O dono de um casarão, onde moram seis famílias, fez alguns reparos
emergenciais no telhado, sugeridos pela defesa civil. Mas ele alega não
ter condições de reformar todo o imóvel, que tem rachaduras e tábuas
soltas no assoalho.
De acordo com o Iphan, os donos desses casarões agora têm apoio do
governo federal para cuidar do patrimônio. “O PAC [Programa de
Aceleração do Crescimento] Cidades Históricas traz essa carteira de ação
junto à Caixa Econômica, onde o proprietário do imóvel tombado vai pode
solicitar empréstimos para a recuperação desses imóveis”, afirmou Kátia
Bogéa.
A defesa civil está concluindo o laudo técnico, que será encaminhado à
Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania e seguirá para a
procuradoria geral do município, para tomar as medidas necessárias.
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