Os mais de dez anos decorridos desde que foi
desativada não reduziram a imponência da estação da Leopoldina, uma das
mais belas construções ferroviárias do país, embora exiba as marcas do
tempo. Recentemente, acendeu-se uma luz no horizonte da edificação
localizada no centro do Rio de Janeiro, e quem a acionou foi a SuperVia,
concessionária que opera o serviço de trens de passageiros naquela
capital.
Na primeira quinzena de agosto, a SuperVia anunciou ter contratado
um projeto para a revitalizar e modernizar o espaço, proposta que
precisa ser submetida ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
(Inepac), em razão de o conjunto ser tombado.
Embora não fosse sua intenção, a própria empresa contribuiu para a
debacle da construção ao encerrar, em 2001, as atividades da Leopoldina
e transferir o tráfego de trens para a Central do Brasil.
O prédio, desenhado pelo inglês Robert Prentice e inaugurado em 1926, será restaurado e modernizado a partir de projeto do escritório RAF Arquitetura. A intervenção no conjunto (cogitado para ser o ponto de chegada/partida do trem de alta velocidade [TAV] que, nos próximos anos, deverá reconectar por via férrea São Paulo e Rio) prevê o restauro e a limpeza de fachadas, a instalação de nova iluminação interna e externa e de um sistema de detecção de incêndio.
Algumas ocupações foram propostas para o conjunto desde que ele perdeu a função original. Na edição 290, de outubro de 2004, PROJETO DESIGN publicou o projeto que o arquiteto Rodrigo Azevedo criou para o local, por encomenda do governo do estado.
Ele propunha transformar a estação em Museu do Trem e construir, próximo dele, um centro cultural. “O programa de usos foi definido a partir de uma extraordinária demanda que começa a se configurar no entorno”, afirmou Azevedo na ocasião.
Área de exposições, auditórios e cinemas fariam parte do novo volume. Para Azevedo, o programa continua válido. “O Museu do Trem, junto ao Engenhão [Estádio João Havelange], continua em situação precária, com seu acervo em risco”, ele explica, acrescentando que, nesse período, sua proposta foi ampliada. “Desenvolvi um master plan com habitações, comércio e centro comercial para todo o terreno, que continua em suspenso por conta do TAV”, explica.
Na intervenção idealizada pela RAF, a estação da Leopoldina poderá também servir como espaço de atendimento ao público da SuperVia e seu salão alugado para eventos diversos. Mas o arquiteto Aníbal Sabrosa, sócio do escritório de arquitetura, sonha mesmo é em ver complementada - com linguagem contemporânea, ele ressalva - a volumetria do projeto original de Prentice.
Azevedo e RAF são, por assim dizer, passageiros à espera do trem na mesma estação. Algum deles conseguirá embarcar?
O prédio, desenhado pelo inglês Robert Prentice e inaugurado em 1926, será restaurado e modernizado a partir de projeto do escritório RAF Arquitetura. A intervenção no conjunto (cogitado para ser o ponto de chegada/partida do trem de alta velocidade [TAV] que, nos próximos anos, deverá reconectar por via férrea São Paulo e Rio) prevê o restauro e a limpeza de fachadas, a instalação de nova iluminação interna e externa e de um sistema de detecção de incêndio.
Algumas ocupações foram propostas para o conjunto desde que ele perdeu a função original. Na edição 290, de outubro de 2004, PROJETO DESIGN publicou o projeto que o arquiteto Rodrigo Azevedo criou para o local, por encomenda do governo do estado.
Ele propunha transformar a estação em Museu do Trem e construir, próximo dele, um centro cultural. “O programa de usos foi definido a partir de uma extraordinária demanda que começa a se configurar no entorno”, afirmou Azevedo na ocasião.
Área de exposições, auditórios e cinemas fariam parte do novo volume. Para Azevedo, o programa continua válido. “O Museu do Trem, junto ao Engenhão [Estádio João Havelange], continua em situação precária, com seu acervo em risco”, ele explica, acrescentando que, nesse período, sua proposta foi ampliada. “Desenvolvi um master plan com habitações, comércio e centro comercial para todo o terreno, que continua em suspenso por conta do TAV”, explica.
Na intervenção idealizada pela RAF, a estação da Leopoldina poderá também servir como espaço de atendimento ao público da SuperVia e seu salão alugado para eventos diversos. Mas o arquiteto Aníbal Sabrosa, sócio do escritório de arquitetura, sonha mesmo é em ver complementada - com linguagem contemporânea, ele ressalva - a volumetria do projeto original de Prentice.
Azevedo e RAF são, por assim dizer, passageiros à espera do trem na mesma estação. Algum deles conseguirá embarcar?
Texto
de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 392 Outubro de 2012
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 392 Outubro de 2012
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/memoria/raf-arquitetura-estacao-leopoldina-rio-janeiro-04-02-2013.html
RAF Arquitetura desenvolveu para a concessionária SuperVia o projeto para restaurar a estação, que poderá ser usada pelo TAV
O projeto de Rodrigo Azevedo para a estação da Leopoldina previa volume
cultural anexo. Posteriormente, o arquiteto fez o plano diretor para o
complexo
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